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A presidente Dilma Rousseff no programa "Mais Você" | Reprodução / TV Globo
A presidente Dilma Rousseff no programa "Mais Você"| Foto: Reprodução / TV Globo
  • Entrevista de Ana Maria Braga com presidente Dilma Rousseff durante o programa

A presidente Dilma Rousseff vai reajustar a parcela do Bolsa Família que é paga de acordo com o número de filhos. Ela fez o anúncio durante a sua participação no programa "Mais Você", apresentado por Ana Maria Braga, na TV Globo. "O Bolsa Família tem uma parte que é fixa e outra que varia conforme a quantidade de filhos. Nós vamos mudar a situação. Vamos privilegiar cada vez mais a mulher recebendo pela quantidade de filhos que tem. Nós vamos reajustar a parcela relativa à quantidade de filho, porque 34%, 35% das famílias mais pobres têm como chefes uma mulher", afirmou a presidente.

A participação nos quatro blocos do programa foi gravada na segunda-feira. Dilma agradeceu a solidariedade de Ana Maria durante o tratamento de um linfoma e, ao ouvir um elogio da apresentadora ao seu cabelo, recordou: "Você lembra? Você me disse: 'Vai crescer'."

A presidente também falou da fama de durona. "Você já viu algum homem que chegue à direção do país ser chamado de duro, entre todos os últimos 20 presidentes da República? É interessante porque são homens. É esperado da mulher uma fragilidade. A mulher até fisicamente pode ser menos forte do que o homem, mas não necessariamente ela é menos forte do que o homem dentro dela. Eu sempre brinco assim: sou uma mulher forte cercada por homens meigos", afirmou, provocando risos.

Ela tentou amenizar sua imagem: "É interessante como esperam de nós, mulheres, uma certa fragilidade. Isso decorre do fato de que a mulher, quando assume um alto cargo, é vista fora do seu papel. Acho que, a partir de agora, isso vai começar a ser encarado como uma coisa normal e natural", disse.

Dilma ainda defendeu o uso do termo "presidenta", "para enfatizar que a agora existe uma mulher no mais alto cargo do país" e revelou que gostaria de ter mais ministras no seu governo, mas que isso não foi possível porque recebeu muitas indicações de homens. "Não é que não existam mulheres capazes e competentes. Há uma certa preferência para indicar homens. Como é um governo de coalizões, tenho de levar em conta as indicações. Várias vezes pedi que fossem indicadas mulheres. Mas não desisto, não."

Responsabilidade do cargo é como escalar Everest

Durante a entrevista, Dilma também falou que a responsabilidade do cargo para o qual foi eleita em 2010 é como uma escalada diária do Monte Everest. "É como se todos os dias eu tivesse que escalar um Monte Everest", disse à apresentadora Ana Maria Braga. Para Dilma, a Presidência da República "é um desafio que nunca acaba" mas "um desafio é o que pode mudar o Brasil".

Em clima descontraído, a presidente conversou também sobre a emoção que sentiu durante a posse, no dia 1º de janeiro. Classificou como "turbulenta" a sensação que teve ao receber a faixa presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É um momento muito especial. Por baixo daquela faixa tão levinha existe todo o peso e a responsabilidade de um país."

Dilma contou ainda sobre a trajetória de sua candidatura desde quando era ministra-chefe da Casa Civil no governo Lula. Disse que no início "não dava muita importância" quando Lula a apresentava como sua candidata, mas que depois seu nome foi evoluindo "naturalmente" como concorrente ao pleito. "As coisas fluíram naturalmente." Sobre seu padrinho político, Dilma afirmou que Lula é uma pessoa muito doce e com senso de humor, mas também "muito exigente como todo presidente deve ser".

Ela falou ainda sobre sua família. Disse que o pai foi uma das grandes inspirações para sua carreira e militância política. "Um coisa que meu pai sempre valorizou foi o esforço", afirmou, ao contar sobre o estímulo que Pedro Rousseff dava a ela para os estudos. Dessa influência, contou Dilma, nasceu sua paixão por livros. Sobre sua mãe, Dilma se referiu a ela como uma pessoa "sempre solidária" aos problemas que enfrentou, como por exemplo o período que passou na prisão durante a ditadura militar.

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