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A presidente Dilma Rousseff está em Montevidéu para participar, na sede da Secretaria Executiva do Mercosul, da 42.ª Cúpula de Presidentes do bloco regional de comércio. A posição da presidente Dilma terá importante peso na principal discussão política que está marcando esta cúpula: a proposta uruguaia de acelerar o ingresso da Venezuela no Mercosul como sócio pleno.

Apoiado pela presidente argentina, Cristina Kirchner, o uruguaio José "Pepe" Mujica propõe que a Venezuela ganhe status de sócio pleno até que o Senado paraguaio aprove o pedido, segundo confirmou à Agência Estado, o chanceler da Argentina, Héctor Timermann.

"Seria um ingresso provisório, enquanto o Legislativo do Paraguai dá sua aprovação. Estamos discutindo ainda. A decisão será dos presidentes", disse Timerman. Afastado das últimas cúpulas em consequência de um tratamento contra câncer, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, surpreendeu a todos ao desobedecer as recomendações médicas e viajar a Montevidéu para participar da cúpula. Chávez desembarcou nesta manhã para acompanhar as discussões.

A entrada definitiva da Venezuela já foi aprovada pelos Poderes Legislativos de todos os países do Mercosul, exceto o Paraguai, onde o presidente Fernando Lugo tem minoria no Senado. A oposição paraguaia tem uma posição fechada de não aprovar o pedido. Lugo, por sua vez, rejeita a proposta de seu colega Mujica porque poderia gerar um problema institucional em seu país.

O governo brasileiro tampouco apoia a medida, em consequência dos ruídos institucionais que provocaria, embora esteja disposto a discutir mecanismos que possam acelerar a entrada da Venezuela, segundo disse ontem o chanceler brasileiro Antonio Patriota. De acordo com o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, os presidentes "devem criar um grupo de trabalho para estudar medidas possíveis e apresentá-las dentro de 180 dias".

O presidente do Equador, Rafael Correa, também está interessado no resultado do trabalho desse grupo, já que apresentará formalmente pedido de adesão ao Mercosul como sócio pleno. "Seria muito importante para o Mercosul fortalecer-se com um Estado mais e para o Equador juntar-se a um mercado complementar como o do Mercosul", disse Correa ao entrar na sede do Edifício Mercosul.

Correa destacou a vantagem que seria para o bloco ter seu país como sócio pleno. "Também é importante propor ao Mercosul um Estado membro que tenha costa no Pacífico da América do Sul", afirmou.. Correa explicou que sua adesão não exclui o Pacto Andino, do qual seu país é membro. Porém, afirmou que a "visão comercial" do Equador coincide muito mais com a do Mercosul do que com a dos sócios da Comunidade Andina (CAN), basicamente Colômbia e Peru, que assinaram tratados de livre comércio com os Estados Unidos.

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