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Silva: suspeito de participar de desvio de recursos de programa do ministério | Renato Araújo/ABr
Silva: suspeito de participar de desvio de recursos de programa do ministério| Foto: Renato Araújo/ABr

O ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), antecipou sua volta do México ao Brasil após ser convocado pelo Palácio do Planalto a dar explicações sobre as acusações de corrupção na pasta, que chefia desde 2006. Ele foi chamado para uma reunião ontem à noite com a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral). Os dois foram escalados para ouvi-lo pela presidente Dilma Rousseff, que embarcou para viagem à África.

Reportagem da revista Veja desta semana traz entrevista com o policial militar João Dias Ferreira, que acusa Silva de participação direta num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. Silva negou as acusações e afirmou ontem que está sendo alvejado porque a pasta "cresceu demais" em recursos por causa da Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro.

A denúncia de que teria recebido dinheiro de propina na garagem do Ministério do Esporte colocou Orlando Silva em uma situação de fragilidade na Esplanada. Alvo de suspeitas anteriores, Orlando já era visto como um alvo da reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff pretende fazer nos próximos meses.

No México

O ministro estava em Guadala­­­jara (México) acompanhando os Jogos Pan-Americanos e embarcou de volta para São Paulo na noite de sábado, primeiro dia de competições. Horas antes, ele havia dito a jornalistas que a presidente Dilma Rousseff o orientara a seguir com sua agenda. Silva disse ontem que mudou os planos após ser convocado a retornar ao Brasil.

"Falei com a ministra Gleisi no sábado. Combinamos que voltaríamos a falar entre hoje [domingo] e segunda. Ela disse que Gilberto [Carvalho] também participaria da reunião", disse.

Ao desembarcar em São Paulo, ele se reuniu com sua equipe para combinar a defesa e embarcou às 19 horas para Brasília, onde se reuniria à noite com Gleisi e Carvalho.

O ministro também se reuniria ontem em Brasília com dirigentes do PCdoB, que traçam estratégia para desqualificar as acusações e tentar segurá-lo no cargo.

A ministra Gleisi Hoffmann demonstrou preocupação em conversa com Silva por telefone, no sábado. Na sexta-feira, antes de a revista chegar às bancas, ele já havia comunicado a Dilma o teor da reportagem. No dia seguinte, telefonou por volta das 9 horas e disse que tomaria medidas para se defender.

Segundo dirigentes do PCdoB, o ministro tentará qualificar o acusador como "chantagista" e "recalcado" por ter perdido os convênios que mantinha com a pasta.

Silva deve seguir o roteiro amanhã em depoimento à Comissão de Fiscalização da Câmara Federal, antecipado a pedido da bancada do partido. O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, disse que "quanto mais rápido ele se pronunciar, melhor". "Cabe à presidente decidir se o ministro deve continuar ou não. Mas temos plena confiança nele", afirmou.

Amanhã, em Zurique, o comitê da Fifa encarregado da Copa de 2014 se reúne para definir os lo­­cais das partidas, estádios e onde será a abertura do Mundial.

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