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Thomas Traumann: jornalista trabalhou em jornais do Paraná e em veículos de São Paulo ; Helena Chagas: defesa do critério para escolha de veículos que recebem anúncios | Reprodução/Facebook ; Marcelo Casal/Agência Brasil
Thomas Traumann: jornalista trabalhou em jornais do Paraná e em veículos de São Paulo ; Helena Chagas: defesa do critério para escolha de veículos que recebem anúncios| Foto: Reprodução/Facebook ; Marcelo Casal/Agência Brasil

Saúde

Ministro cancela convênio com ONG do próprio pai

O Diário Oficial da União (DOU) de ontem publicou extrato de rescisão de convênio de R$ 199,8 mil firmado entre o Ministério da Saúde e a ONG Koinonia-Presença Ecumênica e Serviço, que tem como sócio-fundador Anivaldo Padilha, pai do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

A decisão de rescindir o convênio foi anunciada pelo ministro na quinta-feira. "Pedi ao jurídico do Ministério para tomar todas as medidas legais e cancelar o convênio. É uma decisão pessoal, para que não fique nenhuma dúvida sobre a lisura dos meus atos no Ministério da Saúde", disse Padilha.

Ontem, Padilha cumpriu o seu último dia à frente do ministério. Ele deixa o cargo para disputar o governo de São Paulo pelo PT. Na segunda-feira, o novo ministro da pasta, Arthur Chioro, toma posse.

No entanto, o PPS anunciou ontem que caso Dilma dê posse a Chioro, apresentará denúncia contra a presidente na Comissão de Ética Pública da Presidência. Isso porque Chioro, que é secretário de Saúde em São Bernardo do Campo (SP) é dono de uma empresa de consultoria em saúde, o que traria conflito de interesses. Chioro transferiu a empresa para sua esposa.

Agência Estado

Três paranaenses

A entrada de Thomas Traumann manteve o Paraná com três ministros em Brasília, mesmo após a saída de Gleisi Hoffmann da Casa Civil. Paulo Bernardo, das Comunicações, e Gilberto Carvalho, da Secretaria de Relações Institucionais, também são representantes do estado no primeiro escalão. Gleisi deixa o governo na segunda para ser candidata ao governo do Paraná.

O jornalista paranaense Thomas Traumann, anunciado ontem oficialmente como novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, terá papel fundamental no relacionamento da presidente Dilma Rousseff com a imprensa no ano de sua tentativa de reeleição. Traumann, que toma posse na segunda-feira, vai substituir Helena Chagas, criticada por petistas por ter sido supostamente "pouco combativa".

Na definição de pessoas próximas a Dilma, Traumann deverá, de um lado, estreitar a relação do Planalto com a chamada grande imprensa e, de outro, contemplar mais órgãos regionais de comunicação na divisão do bolo publicitário oficial. Sua antecessora teria sido criticada por não privilegiar a "mídia alternativa".

A pasta tem autonomia para convocar redes obrigatórias e para contratar as agências de publicidade em campanhas institucionais do governo.

Carreira

Nascido em Rolândia e formado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Jornalismo, Traumann trabalhou como repórter nos jornais O Estado do Paraná e Folha de Londrina. Ele também atuou nas revistas Veja e Época e na Folha de S.Paulo.

Em 2011, passou a assessorar o então ministro Antonio Palocci na Casa Civil. Com a saída de Palocci do governo, em junho, tornou-se assessor da ministra Helena Chagas. Aos poucos, ganhou a confiança de Dilma. De assessor, tornou-se em 2012 porta-voz da Presidência, onde ajudou a estruturar o "gabinete digital", ofensiva de Dilma nas redes sociais. Nos bastidores do ministério, Traumann protagonizava uma disputa velada com Helena Chagas.

Mídia técnica

Em sua carta de demissão à presidente Dilma, Helena Chagas alfinetou o PT e disse que manteve o critério da mídia técnica, adotado no governo do ex-presidente Lula. "O critério da mídia técnica, que herdamos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que soubemos preservar e aprimorar, propiciou a oportuna e equilibrada publicidade governamental de tais ações públicas", diz a ministra. A mídia técnica define quais veículos receberão anúncios de acordo com sua audiência.

A mensagem da ministra é em resposta à crítica petista que defendia, desde 2012, um realinhamento editorial na definição dos patrocínios federais. O PT deseja que o ministério contemple mais os veículos alinhados à defesa da administração petista.

Planalto agirá para esvaziar manifestações

A presidente Dilma Rousseff planeja realizar uma ampla campanha publicitária para defender a realização da Copa do Mundo no Brasil. O tema também fará parte, a partir de agora, dos discursos oficiais e ações nas redes sociais. Assim, o governo pretende enfraquecer as críticas à realização do Mundial e esvaziar eventuais manifestações durante o megaevento esportivo entre junho e julho.

Uma onda negativa poderá ter reflexo nas eleições de outubro, avaliam auxiliares da presidente. No ano passado, a série de manifestações em meados do ano derrubou a popularidade de Dilma.

A preocupação com a Copa e eventuais reflexos na eleição já integrava a pauta do Palácio do Planalto. O Ministério da Justiça planeja, por exemplo, fazer uma série de visitas aos estados que vão sediar jogos a fim de conversar com os comandos das polícias militares e ressaltar a importância de se evitar conflitos com manifestantes – foram ações violentas da PM paulista que engrossaram os protestos de junho de 2013.

A nova estratégia de comunicação será a primeira tarefa de Thomas Traumann no comando da Secretaria de Comunicação Social.

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