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A presidente Dilma Rousseff durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto | Roberto Stuckert Filho / Presidência da República / Divulgação
A presidente Dilma Rousseff durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto| Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência da República / Divulgação

Dilma diz que consultará o MP antes de nomear novos ministros

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que consultará o Ministério Público antes de nomear seu Ministério. Segundo a presidente, ela quer saber antes se o candidato a ministro tem algo que pese contra ele. O temor é sobre a próxima fase da operação Lava-Jato, que indicará os políticos que tiveram envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

"Qualquer pessoa que for indicar, vou consultar (o Ministério Público). Eu vou perguntar o seguinte: Há alguma coisa contra fulano que me impeça de nomeá-lo? Só isso que eu vou perguntar. Não quero saber o resto. Eu só quero saber isso", disse Dilma em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.

A presidente informou que pretende nomear quase todos os integrantes de sua nova equipe até o dia 29. E que a forma pode ser em duas etapas ou em uma só. O segundo escalão do governo só será formado, depois que todos os ministros estiverem escolhidos.

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Venina diz que discutiu denúncias com Graça Foster

A ex-gerente-executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobras Venina Velosa da Fonseca afirmou na noite deste domingo (21) que informou sobre irregularidades verificadas por ela "a todas as pessoas que podiam fazer algo" e que, além de ter registrado suspeitas por e-mail, chegou a discutir o assunto pessoalmente com a atual presidente da estatal, Graça Foster, quando a executiva máxima da companhia era diretora de Gás e Energia. "Naquele momento, discutimos o assunto. Foi passada uma documentação para ela, sobre as denúncias na área de comunicação (da Diretoria de Abastecimento, em 2008). Depois disso, ela teve acesso a essas irregularidades nas reuniões da Diretoria Executiva", disse Venina.

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Corte de R$ 100 bilhões no orçamento é chute, diz Dilma

Apesar dos sinais pessimistas sobre o desempenho da economia em 2015, a presidente Dilma Rousseff afirmou que seu governo almeja uma recuperação, prometeu medidas "drásticas", mas afirmou que o rumor de um ajuste fiscal próximo de R$ 100 bilhões "é chute".

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Confrontada com novas denúncias envolvendo a Petrobras, a presidente Dilma Rousseff saiu em defesa nesta segunda-feira (22) da presidente da estatal, Graça Foster, indicou que não pretende mudar a diretoria da empresa, assegurou que está trabalhando para que a nota de crédito da Petrobras não seja rebaixada e avisou que pretende mudar o seu conselho de administração, sem entrar em detalhes. Dilma recebeu no Palácio do Planalto jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto para o tradicional café da manhã de fim de ano com a imprensa.

"Tem de ter alguma prova apresentada sobre qualquer conduta da presidente da Petrobras, Graça Foster. Eu conheço a Graça, sei da seriedade, da lisura da Graça, acho que é importante saber qual é a prova que se apresentou (contra a presidente da Petrobras). Porque se eu disser que te falei, o que eu quero? Eu tenho de provar que falei", comentou Dilma. "É muito difícil ter uma situação confortável quando existe a prática de condenar sem dar espaço pra defesa - é muito difícil -, sem perguntar pelas provas, nem pelos interesses. É muito fácil criar situação de constrangimento pra qualquer um."

Em entrevista exibida no último domingo, 21, pelo programa "Fantástico", da TV Globo, a ex-gerente-executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobras Venina Velosa da Fonseca disse que informou "a todas as pessoas que podiam fazer algo" sobre irregularidades verificadas por ela. Venina também afirmou que registrou suspeitas por e-mail, e discutiu pessoalmente o assunto com a atual presidente da estatal, Graça Foster, quando a executiva máxima da companhia era diretora de Gás e Energia.

"A Graça é uma pessoa ética", disse Dilma, confirmando que a presidente da Petrobras colocou o cargo à disposição. "Eu falei pra ela (Graça Foster) que, do meu ponto de vista, isso não era necessário. É óbvio que o cargo de todas as pessoas do governo estão à minha disposição. O fato de isso ocorrer (Graça colocar o cargo à disposição) é uma consideração comigo, é um ato que se podia chamar de educação política por parte da Graça", observou Dilma.

Trocas acontecerão no Conselho de Administração

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (22) que "não está pretendendo alterar a diretoria da Petrobras", mas trocará o Conselho de Administração da estatal, sem dar detalhes dos nomes que indicará. Dilma disse achar "absurdo" o alto montante de dinheiro desviado por alguns funcionários da empresa.

Dilma afirmou não ver nenhuma falta de credibilidade da presidente da Petrobras, ao contrário do que considera o mercado financeiro e investidores nacionais e internacionais. Apesar das declarações da presidente, integrantes do próprio governo afirmam que a saída da executiva é iminente e deve se dar no ano que vem. Questionada sobre possíveis nomes para substituí-la, a petista classificou-se como "perplexa" com as especulações de que busca um nome de mercado para o posto. "A Petrobras não é uma empresa simples, não é trivial", disse. "Alguém que destruiria todo o choque de governança? Não podemos interromper hoje o processo", complementou. A presidente confirmou que Graça Foster colocou o cargo à disposição em mais de uma oportunidade.

Balanço

A presidente afirmou que sem saber o teor das delações premiadas não há como o balanço da empresa ser lançado. Ela contou que já pediu ao Ministério Público informações sobre as delações para que possa informar o tamanho dos desvios, exigência para que o balanço possa ser auditado. "Ele [Ministério Público] não pode demorar anos sob pena de comprometer o país", disse. "Eu não acho que vai demorar", completou.

"Não vamos compactuar com qualquer processo de enfraquecimento da Petrobras. Ela tem um caixa que permite a ela passar esse ano sem recorrer ao mercado. [...] É importante que se saiba todo o teor das delações premiadas porque não vamos saber o que foi tirado dos cofres. A gente precisa dar baixa, tem que lançar como prejuízo", disse.

Dilma prometeu anunciar o restante da reforma ministerial até 29 de dezembro e não descartou fazer mudanças em duas ou mais "levas". Ainda assim, ela afirmou que não vai demonizar indicações políticas mas que questionará o MP para saber se os nomes indicados por partidos aliados têm algum grau de envolvimento com os escândalos de corrupção.

Impeachment não cabe no Brasil desta década, diz Dilma

Sob ataque da oposição, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta segunda-feira que não cabe no Brasil desta década um impeachment de presidente da República. "Acho que tem de saber perder, essa história de querer provocar impeachment a cada virada do ponteiro do relógio é um pouco ultrapassada, eu diria. É ultrapassado porque cabia no Brasil dos anos 1980, dos anos 1990, não cabe no Brasil desta década", comentou Dilma durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.

Após o resultado das eleições presidenciais de outubro, milhares de manifestantes foram às ruas das maiores cidades brasileiras pedir o impeachment da presidente. O PSDB entrou na semana passada com ação de investigação judicial para tentar cassar o registro de candidatura de Dilma. "Uma campanha eleitoral num regime democrático não é uma guerra, não tem vencido. Tem quem vai ser governo, quem vai ser oposição. É isso que tem. E daí a quatro anos, muda ou se mantém. É isso que é uma campanha eleitoral. Quem ganha tem um desafio, tem de governar para todos, não pode ser mesquinho, se apequenar", disse Dilma.

A presidente destacou a relação mantida com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que também foi reeleito. "O Alckmin é o governador de São Paulo, foi eleito pelos eleitores paulistas, é governador de todos os paulistas, então eu tenho de tratar ele assim." No dia 4 de dezembro, Alckmin participou no Palácio do Planalto de solenidade, ao lado da presidente, de assinatura de contratos de infraestrutura urbana. Na ocasião, assinou um contrato que garantirá o financiamento de R$ 2,6 bilhões às obras do Sistema Produtor São Lourenço.

Na última quinta-feira (18), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, descartou durante a cerimônia de diplomação de Dilma a possibilidade de que qualquer ação na Justiça seja capaz de impedir o exercício do próximo mandato pela petista.

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