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Depois de aprovar com folga na Câmara Federal e no Senado a proposta de um salário mínimo de R$ 545, a presidente Dilma Rousseff realizou ontem, no Palácio do Planalto, um encontro com 15 líderes aliados sem a presença de representantes do PDT, partido da base governista que apresentou o maior número de dissidentes nas votações. O governo usou o encontro para se posicionar no momento em que se prepara para levar ao Legislativo um projeto de mudança na tabela do Imposto de Renda. "Foi uma reunião em que a presidente convidou líderes 100% aliados a ela", afirmou o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio.

Mais cedo, setores do governo negaram que o Planalto estava no comando direto da retaliação ao PDT. A lista teria sido preparada pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT). Ao deixar a reunião, Vaccarezza confirmou que tinha sido autor da lista dos convidados, mas deixou claro que fez os convites de acordo com as ordens da presidente Dilma.

A decisão da presidente em não convidar o PDT para o encontro foi visto por auxiliares dela como um aviso à direção do partido, que não estaria "freando" o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, um dos principais críticos à proposta do governo do reajuste do salário mínimo. Os mesmos auxiliares da presidente disseram que Dilma já avisou ao comando do partido que a legenda conta com uma pasta no governo, o Ministério do Trabalho, chefiado por Carlos Lupi. O Planalto avaliou que Lupi atuou no partido para aprovar o salário mínimo de R$ 545, mas foi neutralizado por Paulinho.

Excluído, o líder do PDT, Giovanni Queiroz (PA), ironizou o encontro. "A presidente é uma mulher extremamente inteligente. Ela não me deixou no constrangimento de ter de recusar o convite. Aqueles que foram ao Palácio estavam comemorando o salário mínimo de R$ 545 e eu gostaria de estar comemorando outro valor. Eu não poderia estar lá comemorando nada, porque sou um perdedor nessa causa", afirmou Queiroz.

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