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A ampliação do número de beneficiários e o reajuste do valor pago pelo programa Bolsa Família foram alguns dos temas discutidos pela presidente eleita, Dilma Rousseff, com a equipe de transição, integrantes do governo federal e representantes da sociedade civil em reunião nesta quinta-feira (18) no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde trabalha a equipe de transição de governo.

A ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, foi uma das cerca de 30 pessoas presentes à reunião. Ela afirmou que já existem cenários de reajuste para o benefício do programa.

"Seguir reajustando o Bolsa Família faz parte da própria lei que criou o benefício e também é uma questão de coerência. (...) Não temos esse dado (sobre o percentual). Temos alguns cenários e estudos que serão apresentados para a presidente Dilma e a decisão será dela", afirmou a ministra.

Márcia Lopes afirmou que, em relação à ampliação dos beneficiários, a principal medida pode ser a extensão do benefício para famílias com renda per capita entre R$ 70 e R$ 140 e que não têm filhos.

Atualmente, nessa faixa de renda, o Bolsa Família é pago apenas para quem tem filhos. A estimativa é que 750 mil famílias possam ser beneficiadas com a mudança. A ministra disse que a "tendência" é que a presidente eleita adote a medida.

Pobreza

Na reunião, a presidente eleita disse que o debate da transição começou pela tema da pobreza porque é um "compromisso fundamental" de seu futuro governo. No primeito discurso após ter sido eleita, Dilma afirmou que terá como meta "erradicar a miséria".

Dilma valorizou as políticas do governo Lula, fez elogios ao Bolsa Família e destacou a necessidade de se adotar políticas específicas para combater a pobreza levando em conta a diversidade de cada região.

Segundo a ministra Márcia Lopes, é importante o fato de a primeira reunião da equipe de transição ter abordado o tema mostrar que será uma prioridade do governo Dilma. "Isso reafirma o compromisso de enfrentar esse desafio".

Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), destacou que são necessários mais R$ 21 bilhões por ano para erradicar efetivamente a pobreza no país. Esses recursos, segundo ele, não seriam apenas para transferência de renda, mas teriam de ser usados também em políticas públicas de áreas como saúde e educação.

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, elogiou as políticas do governo Lula na área social e afirmou que o desafio é "sofisticar" e "aperfeiçoar" a ação nessa área para conseguir alcançar a erradicação da pobreza.

Segundo os participantes da reunião, ficou definida a criação de um fórum permanente para discutir as políticas voltadas ao desenvolvimento social. Esse fórum seria paralelo ao chamado "Conselhão" que reúne empresários e debate, principalmente, o desenvolvimento econômico.

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