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Dias depois de receber apoios partidários em solenidades que contaram com a presença, entre outros, do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB), e do ex-prefeito Paulo Maluf (PP), a presidente Dilma Rousseff fez na noite desta terça-feira (27), em um jantar privado, rasgados elogios a três peemedebistas: José Sarney, Jader Barbalho e Eduardo Cunha.

A Folha de S.Paulo obteve áudio com a íntegra do discurso de cerca de 25 minutos feito por Dilma no Jantar, realizado no Palácio do Jaburu. No encontro, ela recebeu a promessa de apoio do PMDB à sua reeleição.

Ao se referir à importância do PMDB na coalizão que lhe dá sustentação no Congresso, Dilma fez um agradecimento especial ao líder da bancada do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que chegou a comandar neste ano uma rebelião contra Dilma na Câmara dos Deputados.

Nos bastidores, o Palácio do Planalto sempre sustentou a versão de que Dilma não aceitava negociar com Cunha questões relativas ao Legislativo. "Quero dizer que com as lideranças partidárias, como em relação ao PT, há flutuações, em alguns momentos concordamos, e em outros discordamos", afirmou Dilma ao abordar o assunto.

"Mas quero reconhecer de público que, na maioria dos casos, quando digo que 'a roda aperta', quero agradecer o apoio tanto do líder do Senado, Eunício [Oliveira, do Ceará], que tem tido uma relação absolutamente correta com o governo, e também ao Eduardo Cunha, que em muitas circunstâncias, ajudou bastante o governo", afirmou a presidente. Nesse momento, Dilma foi bastante aplaudida pelos peemedebistas presentes.

Neste ano, Cunha liderou grupo rebelde que aplicou derrotas importantes ao governo - como a convocação em série de ministros de Dilma durante a crise da Petrobras – e foi um dos que sempre alimentaram nos bastidores a ameaça de rompimento do PMDB com o governo. Também em seu discurso, Dilma fez um elogio especial ao senador José Sarney, o primeiro peemedebista que citou na extensa lista de agradecimentos que fez no jantar.

"Eu quero inicialmente fazer uma distinção pro nosso presidente Sarney. Eu digo pra ele sempre, que pra mim foi um imenso prazer nesse processo, desde o governo do presidente Lula, ter encontrado o presidente Sarney no exercício de sua atividade no Senado", disse Dilma.

A lista de agradecimentos de Dilma se estendeu também ao senador Jader Barbalho, que na década passada renunciou ao cargo de senador e chegou a ser preso sob suspeita de desvios de recursos públicos. "Tenho também um grande respeito pelo Jader Barbalho. Acredito hoje que o Jader tem muita sorte, o Jader tem um filho que pode continuar a caminhada dele", disse Dilma, se referindo à candidatura de Helder Barbalho, candidato ao governo do Pará.

Em sua fala, a presidente citou ainda outros candidatos do partido a governos estaduais e congressistas, como Roberto Requião, contumaz crítico do governo. A presidente disse não apoiar tudo o que Requião diz, mas afirmou que concorda com "seu cerne". "É importante a gente concordar com o cerne de alguém."

Dilma também brincou dizendo que seu vice, Michel Temer (PMDB), lhe confidenciou a expectativa de curtir por mais quatro anos da brisa do lago que banha o Palácio do Jaburu, sede da vice-presidência e onde o encontro foi realizado.

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