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Dilma Rousseff, ao lado de Michel Temer (PMDB), Pessuti (PMDB), Osmar (PDT), Rodrigo Rocha Loures (vice de Osmar, PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT). | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Dilma Rousseff, ao lado de Michel Temer (PMDB), Pessuti (PMDB), Osmar (PDT), Rodrigo Rocha Loures (vice de Osmar, PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT).| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Lula pede desculpas por citar ex-ministra em cerimônia oficial

Depois de desafiar a Lei Eleitoral ao promover a candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, em discurso terça-feira no lançamento do edital do trem-bala, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que se cometeu erro político, pediu desculpas.

"Eu não tenho por hábito desafiar nem o mais humilde dos brasileiros, quanto mais desafiar uma legislação que nós mesmos criamos no Congresso Nacional. Eu, possivelmente, devo ter cometido uma falha e acho que era preciso que a gente não lembrasse como aproveitamento de questão eleitoral. Eu fiquei quase que na obrigação moral de dizer que quem tinha começado a trabalhar a questão do trem-bala, a começar o projeto, tinha sido a companheira Dilma", justificou o presidente.

"Se eu cometi um erro político, peço desculpas, mas a intenção era apenas fazer o reconhecimento histórico de quem trabalhou para concluir uma coisa", afirmou o presidente.

Críticas

O candidato do PSDB à sucessão presidencial, José Serra, condenou ontem o fato de o presidente ter usado um evento de governo para elogiar, com citação nominal, a presidenciável do PT. "Usar a máquina governamental em uma campanha do jeito que está sendo usada mostra, basicamente, que a candidata não consegue andar so­­bre suas próprias pernas", afirmou Serra. "A candidatura é produto de marqueteiros e marquetagens."

A candidata do PV, Marina Silva, também criticou Lula por usar eventos do governo para enaltecer as "qualidades" de Dilma Rousseff. "Um homem que goza de alta popularidade não pode ser usado para extrapolar a legislação eleitoral", comentou.

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, esteve ontem à noite em Curitiba para participar de um encontro com cerca de 300 dos 398 prefeitos do interior do Paraná e com o candidato da base aliada de Lula ao governo do estado, o senador Osmar Dias (PDT). O ato teve a intenção clara de mostrar a união entre PT, PDT e PMDB e sinalizar que possíveis diferenças partidárias entre as legendas foram superadas, 11 dias após a tensa formalização da aliança em torno de Osmar, que chegou a cogitar lançar-se candidato à reeleição ao Senado na chapa do candidato tucano ao governo, Beto Richa.

O encontro também foi a primeira investida da petista no Pa­­­raná, estado onde o PSDB pretende conquistar uma expressiva votação para seu candidato à Presidên­­cia, José Serra. A visita da petista ao estado ocorreu apenas dez dias após o início oficial da campanha.

O tom dos discursos foi de exaltação da união entre PT, PMDB e PDT no Paraná. "Estavam enganados os que achavam que não seríamos capazes de construir esta unidade", disse Dilma, ao lado de Osmar, Gleisi Hoffmann (PT), Roberto Requião (PMDB), Orlando Pessuti (PMDB) e do presidente nacional do PMDB, Michel Temer. Já Osmar afirmou que a aliança será um diferencial em relação às últimas eleições ao governo, quando ele foi derrotado pelo agora aliado Requião, que concorre a uma vaga ao Senado. "Todos me perguntam por que eu perdi em 2006. Perdi porque eu não tinha ao meu lado o PMDB e o PT", disse Osmar.

O governador Orlando Pessuti, que desistiu de concorrer à reeleição em favor de Osmar, foi um dos mais aplau­­­didos e disse que vai trabalhar para que a campanha de Osmar tenha sucesso. "Estou comprometido nestas eleições", declarou Pessuti.

Mais à esquerda

O PSB decidiu emplacar propostas na plataforma de governo de Dilma. As recomendações do PSB terão como eixo a política econômica, mas nada que destoe muito das ações de governo que o PT vem traçando. "É apenas um pouquinho mais à esquerda", definiu o presidente do PSB, Eduardo Campos.

O programa de governo da petista teve que ser trocado às pressas na Justiça Eleitoral após ser considerado radical. A nova versão expurgou pontos polêmicos, como taxação de grandes fortunas e a revogação da lei que impede o uso de áreas invadidas para fins de reforma agrária, mas será substituído mais uma vez em agosto.

A candidata recebeu ontem o apoio do PP. O partido não se coligou formalmente com nenhum partido na corrida presidencial, mas a legenda decidiu apoiar Dilma. Dos 27 diretórios da sigla, 20 oficializaram apoio, cinco são favoráveis ao tucano José Serra e dois permanecem neutros. No Pa­­­­raná, o PP fechou uma aliança com o PSDB. O ex-vice-líder do presidente Lula na Câmara Federal, deputado Ricardo Barros, é candidato ao Senado pela chapa do tucano Beto Richa.

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