A permanência do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, não encerrou a crise do PR com a presidente Dilma Rousseff. Parlamentares do partido desconfiam que a presidente pretende esvaziar o poder do ministro, tornando-o uma espécie de rainha da Inglaterra no cargo.
A suspeita foi reforçada na noite de segunda-feira, quando a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sinalizou ao PR a intenção de o Planalto interferir na escolha que Nascimento fez para substituir o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot.
A intenção foi relatada por um parlamentar do grupo do PR que foi ao gabinete de Nascimento manifestar apoio. Gleisi ligou e disse que o substituto de Pagot poderia ser Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do DNIT. Caron é antigo conhecido de Dilma. Os dois foram colegas de trabalho no governo do Rio Grande do Sul. Caron é ligado ao governador Tarso Genro e considerado por petistas um gestor competente e de perfil técnico.
Na conversa com Gleisi, Nascimento usou um argumento hierárquico para negar a indicação do Planalto. Segundo o parlamentar, ele disse a Gleisi que caberia ao diretor executivo do órgão, José Enrique Sadok, suceder ao diretor. "Há um jogo por trás que não está muito claro para nós", disse um parlamentar do PR.
Interlocutores petistas dão conta de que a primeira informação sobre suposto esquema de corrupção na cúpula do Ministério dos Transportes chegou à presidente por intermédio do ministro de Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. Empresários de Minas teriam reclamado a Pimentel de que estariam sendo achacados pelo PR. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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