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| Foto: Joel Rodrigues/Frame/Folhapress

Presidente reclama de cartaz

A presidente Dilma Rousseff reclamou do tamanho dos cartazes durante o lançamento do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), ontem, em Brasília.

"Queria avisar pra vocês que tem um problema comigo: eu não enxergo de longe com acuidade. É uma trabalheira vocês botarem cartazes. Eu aperto o olho e não consigo ler. Se for pequenininho [o cartaz], aí que eu não enxergo mesmo", brincou a presidente com integrantes de movimentos sociais.

Campo

Governo prevê cem decretos para desapropriar terras

Folhapress

A presidente Dilma Rousseff disse ontem que o governo vai publicar até o fim deste ano cem decretos para desapropriação de terras destinadas à reforma agrária. O anúncio foi feito durante o lançamento do plano Brasil Agroecológico, em Brasília, a uma plateia de representantes de movimentos sociais ligados à terra. O programa atinge a área de militância histórica da ex-senadora e virtual candidata à Presidência Marina Silva (PSB-AC).

Foi o primeiro anúncio de ampliação da reforma agrária desde a mudança no modelo, no início do ano. Antes, para desapropriar uma fazenda, a Presidência precisava ter somente um laudo demonstrando que o local era improdutivo. Agora, com as novas regras, será necessário também um estudo que comprove a capacidade de geração de renda do imóvel. Movimentos sociais que pedem a reforma agrária vinham criticando o governo, já que não houve desapropriações neste ano.

A uma plateia de agricultores familiares, assentados, extrativistas, aquicultores, pescadores, povos indígenas, comunidades tradicionais e ribeirinhos, Dilma fez acenos, prometeu avanços e admitiu que o projeto do governo "não é perfeito". "Ele é perfeito? Ele não é perfeito, não. Se ele fosse perfeito, não seria produto nosso. Ele nasce muito bom, fruto da participação de todos vocês. Mas nós vamos ter de aperfeiçoá-lo sempre", discursou.

A presidente Dilma Rousseff lançou ontem o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica — Brasil Agronegócio, em um momento em que a oposição se prepara para atacar a política de meio ambiente do governo. O objetivo seria esvaziar o discurso da ex-senadora Marina Silva, referência na área ambiental, que se aliou ao governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos (PSB) para as eleições de 2014.

Ao discursar no lançamento do plano, Dilma foi interrompida diversas vezes por gritos do público, composto por agricultores familiares, índios e jovens de comunidades rurais. Um deles chegou a cobrar a construção de creches, justamente um dos pontos mais criticados da administração petista.

"Ô, gente, R$ 7 bilhões de crédito rural e ele está me pedindo crédito rural? Ah, creche rural? Também concordo com creche rural. Mas aqui, vocês peçam isso no próximo programa, está bom?", disse a presidente.

Para se blindar, Dilma recorreu às estatísticas oficiais: afirmou que o governo federal está construindo 6 mil creches e que elas estão sendo "distribuídas". "Creche não é um lugar em que você guarda criança, creche é uma instituição fundamental de educação. Por que é que ela é uma instituição fundamental de educação? Porque ela ataca a raiz da desigualdade", prosseguiu, repetindo trechos de discursos anteriores. No início do evento, o ministro da Agricultura, Antonio Andrade, foi vaiado.

A presidente disse que o país tem dado passos significativos na construção de um padrão de desenvolvimento sustentável. Segundo ela, cresce a importância e consciência sobre agroecologia e a agricultura orgânica. O Brasil Agronegócio visa a ampliar a produção e o consumo de alimentos orgânicos e agroecológicos. O plano tem por objetivo articular políticas e ações de incentivo ao cultivo de alimentos orgânicos e com base agroecológica.

O investimento inicial será R$ 8,8 bilhões em três anos. Desse total, R$ 7 bilhões serão disponibilizados via crédito agrícola por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Plano Agrícola e Pecuário e R$ 1,8 bilhão será destinado para ações específicas, como qualificação e promoção de assistência técnica e extensão rural, desenvolvimento e disponibilização de inovações tecnológicas e ampliação do acesso a mercados institucionais.

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