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A presidente Dilma Rousseff regulamenta na próxima sexta-feira um decreto que prevê a participação de representantes dos trabalhadores no conselho de administração das empresas estatais, disse à Reuters o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência.

Após uma breve cerimônia, Dilma se reunirá com representantes das centrais sindicais, que pressionaram o governo por um reajuste maior do salário mínimo. O convite foi estendido a todos os sindicalistas, inclusive ao deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que preside a Força Sindical e se aliou aos partidos de oposição no Congresso para tentar um mínimo acima de 545 reais.

Os sindicalistas, que apoiaram Dilma na campanha eleitoral do ano passado, se queixam de falta de diálogo e a relação com o governo ficou estremecida após o debate sobre o mínimo.

"Eles (sindicalistas) estavam cobrando essa reunião com a presidenta", afirmou Carvalho.

O ministro quer que a reunião sirva para debates estratégicos e não gire apenas em torno da polêmica do mínimo ou do reajuste para a tabela de Imposto de Renda para Pessoa Física.

Para facilitar esse debate sobre o futuro, Carvalho defende que o Executivo envie ao Congresso antes da reunião com as centrais a medida provisória que determina a correção da tabela do IR.

"Tem que ir logo. Vamos ter uma conversa com presidenta hoje à tarde (quarta-feira) e vamos acelerar. Pode ir nesta semana ainda", disse.

Segundo ele, o percentual da correção já está definido para o governo, será o centro da meta de inflação, 4,5 por cento. "Essa conversa com as centrais quanto mais for sobre temas mais estratégicos é melhor do que se prender com elementos factuais", argumentou.

Entre os temas que a presidente está disposta a debater está a mudança do fator previdenciário.

Os sindicalistas querem acabar com o cálculo que impede o pagamento integral da aposentadoria para os trabalhadores que não têm idade mínima (65 para os homens e 60 para as mulheres) para deixar o mercado de trabalho e mesmo assim tenham contribuído o tempo suficiente para a previdência (35 anos para os homens e 30 para as mulheres).

OPOSIÇÃO

Carvalho não acredita que o distanciamento inicial entre as centrais e Dilma provoque uma guinada a ponto de alinhar os sindicalistas, ou parte deles, aos partidos de oposição.

Mesmo no caso da Força Sindical, cujo presidente tanto trabalhou contra o mínimo proposto pelo governo.

"Para ser bem sincero não tenho preocupação com isso (o alinhamento com o PSDB), porque a Força nunca foi uma central petista", explicou.

Para o ministro, as conversas entre a Força o senador tucano Aécio Neves (MG) servem mais a ele do que aos sindicalistas.

"Essa história de namoro com o PSDB não vejo como uma aliança, porque se (a Força) fizer isso ela se quebra, tem muita gente dentro da Força que é ligada com PT", disse. "É mais jogo de cena do Aécio."

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