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A vontade da presidente Dilma Rousseff em aprovar a Comissão da Verdade às pressas, sem mudanças no texto original ou debates no Con­­­gres­­so, ignora ao menos seis pontos polêmicos do projeto de lei, levantados por vítimas da ditadura e por militares da reserva.

Enviado por Lula em 2010, o projeto prevê a criação de um grupo, que fará a primeira narrativa oficial de violações aos direitos humanos entre 1946 e 1988, período da anis­­tia concedida após o regime militar.

Para responder às críticas em relação à manutenção do si­­gilo de documentos ultrassecretos, Dilma (que foi presa e torturada na ditadura) ordenou na sexta-feira que os ministérios da Defesa e dos Di­­­reitos Hu­­­manos acelerem as articulações com parlamentares.

A ideia é costurar um acordo nos bastidores para dispensar formalidades regimentais no Congresso, que atrasariam a vo­­tação. O Planalto quer que a vo­­­tação seja finalizada até julho, antes do recesso parlamentar.

O governo diz querer evitar a radicalização da posição de setores mais atingidos: vítimas da ditadura e militares da reserva. A antecipação do debate, avalia o Planalto, eleva o risco de o projeto não sair do papel.

O ponto mais importante é a responsabilização de agentes do Estado por mortes, torturas e assassinatos. Para assegurar a concordância dos militares, o texto atual prevê que a Comis­­­são não terá o poder de apontar culpados nem de pedir providências à Justiça.

Mas entidades ligadas a ex-combatentes da esquerda querem que os integrantes da Co­­missão responsabilizem os agen­­­tes e encaminhem seus no­­­­­­­mes para o Ministério Pú­­­bli­­­co Federal, a fim de processá-los. Entre os pontos de discórdia para os militares está a previsão de convocação de representantes das For­­­ças Armadas.

Os dois lados discordam da obrigação da Comissão em não divulgar informações sigilosas (às quais ela terá acesso irrestrito) e da prerrogativa de suas atividades serem secretas, em casos que possam ferir a hon­­ra e integridade dos envolvidos.

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