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julgamento

Dilma terá de explicar ao TCU ‘pedaladas’ em contas

Tribunal deu prazo para que a presidente se explique sobre irregularidades apontadas pelo órgão na prestação de contas do governo de 2014

Dilma terá 30 dias para explicação: decisão do TCU preocupa. | Bruno Domingos/Reuters
Dilma terá 30 dias para explicação: decisão do TCU preocupa. (Foto: Bruno Domingos/Reuters)

A presidente Dilma Rousseff (PT) terá de encaminhar ao Tribunal de Contas da União (TCU) um documento, assinado por ela, explicando 13 irregularidades que impediram a aprovação de suas contas de gestão de 2014. Segundo o relator das contas do governo no TCU, ministro Augusto Nardes, as explicações têm de ser de Dilma porque atos irregulares partiram de documentos que só podem ser assinados pela presidente, mesmo que tenham sido feitos por auxiliares.

Os ministros do TCU decidiram nesta quarta-feira (17) dar um prazo de 30 dias para que a presidente se explique pessoalmente, por ofício, sobre irregularidades apontadas pelo órgão na prestação de contas do governo de 2014.

A posição do relator das contas, de pedir explicações a Dilma, foi seguida por unanimidade pelos oito ministros votantes. O receio da Corte de reprovar as contas sem ouvir a presidente era o de que o Palácio do Planalto recorresse à Justiça alegando não ter amplo direito de defesa e derrubasse uma possível decisão contrária ao governo. Essa é a primeira vez que um presidente tem de fazer uma defesa pessoal dos gastos públicos.

Irregularidades

A maior parte das 13 irregularidades referem-se a atos que atrasaram repasses do governo para bancos públicos pagarem benefícios sociais e programas de governo, as chamadas “pedaladas”.

No entanto, os itens considerados pelos técnicos do órgão como mais graves são as artimanhas no orçamento de 2014 para evitar que o governo tivesse que conter despesas no ano em que a presidente disputava a reeleição.

Segundo os técnicos, o governo já tinha informação desde fevereiro daquele ano de que não realizaria a arrecadação prevista e que suas despesas obrigatórias seriam maiores que o previsto. Nesses casos, a Lei de Responsabilidade Fiscal obriga o governo a cortar despesas não obrigatórias a cada dois meses, o que não foi feito.

Para piorar, o Palácio do Planalto, no fim do ano, aumentou despesas em R$ 10 bilhões e condicionou o aumento ao Legislativo aprovar uma lei que permitia ao governo não fazer a economia de gastos prevista no orçamento do ano, o chamado superávit primário–o que é proibido, segundo o TCU. Nessa época, o governo teria de cortar ao menos R$ 28 bilhões.

No governo

O governo reagiu preocupado com a decisão do TCU. O temor é que uma decisão negativa da Corte traga impactos econômicos e políticos. Já o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Luis Inácio Adams, classificou como “equilibrada” a decisão do TCU e afirmou que o governo vai esclarecer as irregularidades apontadas.

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