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O diplomata Roberto Abdenur, que ocupou o posto de embaixador do Brasil nos EUA até o início deste ano, confirmou nesta terça-feira, durante reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado, declaração de que, em alguns casos, funcionários qualificados do Ministério das Relações Exteriores eram colocados na geladeira ou simplesmente não eram promovidos por não se alinharem ideologicamente às chefias.

Abdenur afirmou acreditar que sua remoção do posto de embaixador foi um exemplo de retaliação por discordar do governo.

- Não foi uma remoção normal, que deveria ter acontecido no início do segundo mandato, mas aconteceu 48h depois da eleição de Lula, sem aviso prévio - disse.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) desafiou o diplomata a apresentar exemplos que comprovassem sua tese. Em resposta, diz o Blog do Noblat, Abdenur levou à comissão três livros que foram incluídos na bibliografia obrigatória do Itamaraty no governo Lula. Um deles, disse o diplomata, traz a idéia de que o Brasil pode ser "varrido" pelos Estados Unidos, uma crítica à Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e uma clara demonstração de anti-americanismo.

O diplomata se mostrou ressentido pela saída:

- Não vou dizer que não me marcou. As circunstâncias desagradáveis me tocaram. Não sou robô, sou humano.

O ex-embaixador foi ao Senado para prestar esclarecimentos sobre entrevista concedida à revista Veja na qual fez críticas à forma de promoção de diplomatas e à política externa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

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