Em resposta às declarações que José Dirceu fez em Paris, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", o secretário-geral do PT, Raul Pont, afirmou que o ex-ministro da Casa Civil levou o PT à vala comum da política nacional graças ao estilo autoritário que imprimiu ao partido. Ele disse ainda que Dirceu impede as apurações internas e em vez de criticar o PT, deveria fazer uma autocrítica. Segundo Pont, a entrevista foi "infeliz e lamentável".
- Não só esse monolitismo levou o partido a fazer as alianças que fez, impostas pela maioria capitaneada pelo Dirceu, como as consequências que estamos colhendo agora com todas essa crise que estamos vivendo - disse Pont.
Na entrevista, Dirceu disse que o PT é uma "página virada" em sua vida e afirma que ficar no partido para "ouvir os discursos do Tarso (Genro) e do Raul (Pont) não dá". Tarso se recusou a disputar a presidência do PT por causa da presença de Dirceu na chapa do Campo Majoritário e Pont é um dos líderes da corrente de esquerda Democracia Socialista. Segundo Pont, Dirceu tem atrapalhado as investigações internas do esquema de corrupção que arrasou o partido.
- Não é possível depois de tudo que aconteceu, de implantar uma política de alianças que nos deixou paralisados no Congresso Nacional, através da qual caímos na vala comum da troca de cargos, favores, financiamentos irregulares de campanhas, e o José Dirceu fala como se não tivesse nada a ver com isso, não foi capaz, até hoje, de fazer uma autocrítica no Partido, como tem dificultado a ação da Comissão de Ética do PT - disse o secretário-geral.
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