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Durante reunião da bancada do PT com o novo presidente do partido, Tarso Genro, na Câmara, o ex-ministro e deputado José Dirceu (PT-SP) reafirmou que não vai renunciar e que foi ele quem pediu ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, em um telefonema, que enviasse logo ao Conselho de Ética o processo contra ele.

- Não renunciarei. Irei fazer a defesa total de minha honra. Irei até o fim em todas as instâncias - disse José Dirceu aos petistas.

Severino Cavalcanti enviou nesta terça-feira ao Conselho de Ética representação pedindo a abertura de processo contra Dirceu por quebra de decoro parlamentar. O presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), assina nesta quarta-feira, às 15h, a instauração do processo contra o ex-ministro, horário que expira o prazo para o deputado renunciar ao mandato e preservar seus direitos políticos, podendo disputar nova eleição em 2006. Severino encaminhou ainda os processos contra o líder do PL, Sandro Mabel, Romeu Queiroz (PTB-MG) e Francisco Gonçalves (PTB-MG).

O processo contra José Dirceu foi encaminhado na semana passada pelo presidente do PTB, Flávio Martinez. Severino segurou o processo na presidência até que foi acusado por integrantes do Conselho de Ética de retardar o envio dos pedidos de abertura de processo e proteger o ex-ministro-chefe da Casa Civil.

Um parecer da Consultoria Legislativa da Câmara recomendou o processo contra Dirceu e concluiu que, mesmo na condição de ministro, ele não perdeu o status de deputado. Três deputados estão cotados para relatar o processo de Dirceu no conselho: Júlio Delgado (PSB-MG), Nelson Trad (PMDB-MS) e Benedito de Lira (PP-AL).

Nos últimos quatro dias, Ricardo Izar e Severino Cavalcanti bateram boca e trocaram farpas. Um acusou o outro de protelar os trabalhos do Conselho. Na manhã desta terça-feira, o presidente da Câmara chegou a afirmar que Izar "jogava para a platéia". Durante a reunião do conselho, Izar respondeu:

- É injusta a acusação de que jogo para platéia. O que eu quero é que as coisas andem. Temos que dar satisfação à sociedade. É preciso ter ordem na casa - disse Ricardo Izar.

Após a instauração do processo e a escolha do relator, passa-se a contar 90 dias até o julgamento do caso no Conselho de Ética e sua votação no plenário da Câmara. O acusado tem direito a indicar testemunhas. No processo contra Dirceu, o PTB acusa o ex-ministro de ser um dos responsáveis de cooptação de parlamentares.

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