
O ex-ministro José Dirceu recebeu a visita de um dos chefes da Defensoria Pública da União, Heverton Gisclan Silva, no Complexo da Papuda, em 6 de janeiro uma segunda-feira , dia em que não são previstas visitas. Silva não consta da lista de 10 visitantes de Dirceu e também não atua na defesa do ex-ministro, o que justificaria a ida dele ao presídio. Casos como esse podem atrapalhar a avaliação de bom comportamento de Dirceu, que, pelos benefícios da lei, teria direito a migrar para o regime aberto em março de 2015.
A Vara de Execuções Penais do Distrito Federal considerou a visita irregular por não ter sido autorizada e abriu investigação para apurar o caso. Procurado pela reportagem, Silva admitiu a conversa com Dirceu e informou que foi conversar sobre o caso do mensalão, do qual é estudioso. "Farei uma palestra na Universidade Federal da Bahia, no dia 29 de maio, quando abordarei o processo", afirmou. "Segui todas as regras de segurança e fui autorizado a entrar pela administração carcerária."
Silva acrescentou que fez parte de um grupo na Defensoria sobre o caso, que atuou no apoio a Haman Córdova, único defensor público no processo do mensalão. Córdova defendeu o ex-dono da corretora Natimar, Carlos Alberto Quaglia, que teve o processo anulado. Silva é chefe da categoria especial da Defensoria da União, um posto onde defensores atuam nas cortes superiores.
Também no dia 6 de janeiro, quando Silva esteve no presídio, Dirceu teria usado um celular. Silva nega que tenha feito a ligação. "Deixei o meu celular na porta do presídio", disse.
Nesta semana, o Ministério Público do DF pediu que a Justiça determine medidas para acabar com supostas regalias a presos do mensalão divulgadas na imprensa.
Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão e cumpre pena no Centro de Internamento e Reeducação, ala do regime semiaberto da Papuda. A reportagem não encontrou a defesa do ex-ministro para comentar o assunto.
Costa Neto deixa prisão para trabalhar em BrasíliaAgência Estado
O ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) saiu ontem do Centro de Progressão Provisória (CPP) para o primeiro dia de trabalho fora da cadeia. Condenado a 7 anos e 10 meses de prisão em regime semiaberto no processo do mensalão, o ex-parlamentar começou a trabalhar numa empresa de alimentação em escala industrial para a construção civil.
Costa Neto chegou ao local por volta das 7h30, após um trajeto de 15 minutos até a empresa. Ele deve trabalhar na área administrativa.
O ex-parlamentar obteve o direito de trabalhar fora na última terça-feira. Na decisão, o juiz Angelo Oliveira justificou que "a concessão do beneplácito neste momento constitui uma possibilidade de se avaliar a disciplina, a autodeterminação e a responsabilidade do(a) reeducando(a) antes de uma possível transferência para um regime de pena mais avançado". Pela legislação, a cada dia trabalho, o preso tem direito a descontar um dia do cumprimento da pena.



