• Carregando...

A presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou ontem que respeita a posição de um grupo "minoritário" do partido que defende candidatura própria a governador, mas disse que o PT não tem nenhum no­me forte eleitoralmente que possa disputar a eleição de 2010. A declaração foi feita durante seminário sobre o pré-sal em Curitiba, um dia depois que a ala do partido encabeçada pelo deputado estadual Tadeu Veneri (PT) lançou um movimento pró-candidato próprio ao governo e pela troca no co­­­mando do PT do Paraná.

Segundo Gleisi Hoffmann, o partido não preparou nenhum candidato ao governo, mas a mobilização já era esperada porque a esquerda do PT sempre teve a postura de defender candidatura própria. Ela não quis polemizar as críticas feitas à política de alianças do partido nem os ataques ao senador Osmar Dias (PDT), um aliado em potencial.

O grupo elaborou um manifesto contra a aliança com o PDT de Osmar Dias, assinado por 88 filiados. O documento relaciona o senador aos interesses dos latinfundiários e banqueiros. Mas a iniciativa não deve interferir nas conversas sobre alianças entre os dois partidos. "O setor abre críticas duras em relação ao próprio partido e ao presidente Lula. Não poderia esperar que não criticasse também o senador", afirmou.

Cabeça de chapa

A ala mais radical do PT não concorda em abrir mão da cabeça de chapa nas eleições nos estados em troca de coligações no primeiro turno para reforçar o palanque da ministra Dilma Rousseff (PT), candidata do presidente. Os petistas do grupo de esquerda são contra até coligações com partidos que fazem parte da base de apoio do presidente Lula, como PMDB e PDT.

Candidatos que vão disputar a eleição para presidência nacional e estadual, se reuniram em Curitiba, na quarta-feira, e fizeram ataques à política de alianças comandada pela cúpula nacional do PT e pela direção estadual.

A eleição está marcada para o dia 22 de novembro. No Paraná, disputam a presidência estadual dois candidatos do grupo – o deputado Tadeu Veneri e o professor Alfeu Capellari. Participam ainda da eleição o secretário estadual do Planejamento, Ênio Verri, que tem o apoio da direção do partido, e o candidato da Democracia Socialista, o historiador Márcio Pessati.

Para Ênio Verri, o PT não tem um nome com chances de ganhar a eleição para governador e a prioridade é formar um grande palanque no Paraná, com o maior número de partidos, para garantir a continuidade do projeto de Lula na Presidência da República. "Não podemos fazer uma análise separada em Curitiba do restante do país. Nosso objetivo é continuar o projeto Lula e eleger a Dilma", afirmou.

Segundo o secretário, o candidato a governador pelo PT que teve melhor desempenho foi Padre Roque Zimmerman, em 2002, que fez 17% dos votos. Se a ministra fizer 17% dos votos no Paraná, o quinto colégio eleitoral do país, argumenta Ênio Verri, "perdemos a eleição".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]