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O diretor-adjunto afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), José Milton Campana, confirmou que o diretor temporário da instituição, Wilson Roberto Trezza, trabalhou na BRT Previ, fundo de pensão da Brasil Telecom, na época em que a empresa de telefonia era controlada pelo grupo do banqueiro Daniel Dantas, principal acusado de ser o líder do esquema investigado pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

Trezza assumiu a direção da Abin nesta segunda-feira (2) depois de a cúpula do órgão ter sido afastada devido a denúncias de escutas ilegais que atingiram o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

De acordo com Campana, Trezza teria ficado 10 anos fora da instituição e que confia na isenção do novo diretor do órgão.

"Quando o presidente Fernando Collor acabou com o SNI [Serviço Nacional de Informações] muitos funcionários foram trabalhar em outras áreas, para a iniciativa privada", disse o diretor-adjunto em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas Clandestinas.

A resposta de Campana provocou indignação em alguns parlamentares que disseram desconfiar da ação. O deputado Maurício Quintela (PR-AL) comentou: "Há uma série de coincidências que é muito estranha. O delegado que conduziu o inquérito caiu, o diretor da Abin caiu", destacou Quintela, referindo-se aos integrantes da Polícia Federal e da Abin, as instituições que atuaram na investigação que chegou a prender o banqueiro.

O deputado Domingos Dutra (PT-MT) também se mostrou indignado. "Daniel Dantas parece ser o maior vitorioso nesse processo. É estranho ainda que o motivo do afastamento da cúpula da Abin está ligado ao ministro Gilmar Mendes, que no prazo de 48 horas concedeu habeas-corpus ao banqueiro, inclusive sob a acusação de suplantar instâncias", afirmou o deputado Domingos Dutra.

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