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Em depoimento à CPI do Apagão nesta quarta-feira, o diretor-geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), major-brigadeiro-do-ar Ramón Borges Cardoso, afirmou que o Comando da Aeronáutica já está tomando providências para resolver a crise aérea. Entre as medidas a serem adotadas estão a aceleração da formação dos controladores de vôo, que estudam em Guaratinguetá (SP) e a instalação de equipamentos para permitir o pouso de aeronaves mesmo em dias com forte neblina.

Segundo Cardoso, os atrasos nos aeroportos decorrem da falta de controladores e da estrutura aeroportuária precária para atender o fluxo atual de aviões e situações como neblina ou tempestades. Outra deficiência, segundo o presidente do Decea, é a integração da malha aérea, que faz com que o atraso de um vôo em um aeroporto movimentado acabe afetando todo o sistema.

O diretor do Decea deixou claro que a Aeronáutica deverá instalar equipamentos nos aeroportos que mais sofrem com a neblina, para permitir o pouso de aeronaves mesmo com visibilidade zero. Entre esses aeroportos, estão os de Porto Alegre, Curitiba, Guarulhos e Brasília.

Cardoso fez um alerta especial sobre o aeroporto de Porto Alegre, onde a situação é das mais críticas. De segunda para terça-feira, o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, esteve fechado por 16 horas devido à neblina que cobriu a cidade.

- A construção de um viaduto pelo governo do estado próximo à cabeceira da pista poderá inviabilizar a instalação da versão mais moderna desse equipamento - avisou. A obra do viaduto Leonel Brizola ainda está em fase de estudo.

O brigadeiro, que depõe pela segunda vez na CPI, voltou a reiterar que o sistema de controle aéreo é seguro. Ele citou que o Brasil tem, em média, 0,87 acidente para cada 1 milhão de decolagens. A média mundial é de 1,2.

CPI quer audiência com Lula

O presidente da CPI, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), e o relator, deputado Marco Maia (PT-RS), informaram durante a reunião que estiveram na noite de terça-feira na Casa Civil para solicitar audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Castro, o objetivo é discutir com Lula uma solução emergencial para a crise no sistema aéreo brasileiro.

Castro ressaltou que a população não entende como, quase dez meses após o acidente com o avião da Gol, os aeroportos brasileiros ainda convivem com atrasos e cancelamentos de vôos.

Segundo Cardoso, o acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy só potencializou um problema que já vinha sendo visualizado pela Aeronáutica. Segundo ele, a escassez dos controladores de vôo e o aumento do tráfego aéreo levaram o sistema de controle aéreo ao limite.

O brigadeiro concordou com o deputado Miguel Martini (PHS-MG) que o sistema aeroportuário deveria ser gerido por um único órgão. Atualmente, o sistema é coordenado em conjunto pela Anac, pela Infraero e pela Aeronáutica. Para Cardoso, a centralização facilitaria o gerenciamento do sistema.

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) aprovou na noite desta terça resolução que determina a introdução de medidas emergenciais pela Infraero para reduzir os atrasos de vôos e tumultos com passageiros no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A empresa terá de contar com um número maior de funcionários nos pontos de embarque e nas máquinas de raio-X.

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