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A definição dos quatro principais nomes que concorrerão no Paraná às duas cadeiras no Senado mostra que essa será uma das disputas mais acirradas da história do estado na eleição de senador. Roberto Requião e Gleisi Hoffmann (pela chapa formada por PDT, PMDB e PT); e Gustavo Fruet e Ricardo Barros (coligação PSDB, DEM e PP) são apontados por especialistas como nomes de peso que devem trazer um aspecto positivo para a disputa: a variedade de opções de escolha.

"Não tenho dúvidas de que o eleitor não vai ter do que reclamar de qualidade e tipo de representação nestas eleições", avalia a professora Luciana Veiga, do núcleo de Ciências Sociais da UFPR. "Serão quatro candidatos fortes e totalmente distintos, que, de certa forma, representam todos os matizes políticos."

Segundo Luciana, a tendência é de que Gleisi e Fruet disputem os votos de Curitiba, enquanto Requião e Barros tenham maior votação no interior. "Cada um vai jogar com aquilo que tem. Requião é o mais conhecido, tem a experiência de quem já foi governador e senador e possui melhor avaliação fora da capital. Gleisi é um nome novo, mas que traz como capital político o fato de ser ligada ao governo federal, além de ser mulher. Fruet tem uma atuação parlamentar exemplar, no sentido de ser atuante, e sempre aparece com boas avaliações, com uma imagem ligada à ética e seriedade. Já Barros tem experiência parlamentar em Brasília, além de ser ligado ao interior do estado [ele já foi prefeito de Marina]. Será uma eleição acirrada e interessante", afirma a cientista política.

Já o professor de Ciência Política Emerson Cervi, também da UFPR, acredita que a decisão de Osmar Dias em disputar o governo deixa uma vaga em aberto, que será disputada por três candidatos. "Você tem um eleitor governista, que aprova o trabalho do Requião e certamente vota nele para o Senado. Quem é de oposição, escolhe entre as outras três alternativas."

Segundo Cervi, a tomada de decisão do voto para os candidatos ao Senado não segue a mesma lógica do voto para presidente e governador. "Não há essa vinculação automática do mesmo voto para os candidatos da mesma coligação. Isso não acontece na cabeça do eleitor, ocorre apenas na cabeça das cúpulas partidárias para acomodação de interesses", diz ele.

Já Luciana Veiga acredita que essa influência depende do perfil do eleitor. "Existe o eleitor municipalista, que quer saber dos recursos que virão para o seu município e outro, mais universalista: este vota em um parlamentar pensando no papel de fiscalização e na produção legislativa." Para ela, dependendo do perfil, a proximidade do candidato com o governo estadual ou federal pode ajudar a atrair ou afastar o voto.

Luciana ainda aponta a dificuldade do eleitor em saber exatamente o que faz o senador. "O eleitor médio, aquele com cerca de 8 anos de escolaridade, não sabe muito bem o que faz um senador. Ele pensa: ‘É o nosso representante em Brasília, para defender os interesses da população’. É uma noção rasa, mas não deixa de estar correta".

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