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Filiados ao PMDB votam em Curitiba: deputado estadual Stephanes Júnior teve 470 votos contra 377 do federal João Arruda | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Filiados ao PMDB votam em Curitiba: deputado estadual Stephanes Júnior teve 470 votos contra 377 do federal João Arruda| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Diferentes

Os dois ex-governadores do PMDB tiveram atitudes bem diferentes na eleição para o diretório municipal de Curitiba. O senador Roberto Requião chegou cedo à sede do diretório, votou, cumprimentou alguns correligionários e deixou o local. Orlando Pessuti, bastante sorridente, permaneceu na sede do partido até o final da apuração, já por volta das 15h30.

Mágoa

Pessuti falou da sua relação com o ex-aliado Roberto Requião. "Ajudei ele 27 anos e ele não me ajudou 27 dias no governo. Não falo mais com ele. Esse resultado de hoje é um pouco para ele, que não gosta de dividir o partido com ninguém. Em 96 ele não deixou o Elias Abrahão sair candidato a prefeito, em 2004 não deixou o Gustavo [Fruet] e em 2010 não me deixou disputar o governo do estado."

Estranhos no ninho

No comando da apuração dos votos para a eleição do diretório municipal de Curitiba, o secretário estadual do Trabalho, Luiz Cláudio Romanelli, aproveitou para cumprimentar o ex-vereador Denílson Pires (DEM) e o vereador Bruno Pessuti (PSC), ambos presentes ao evento. "São dois políticos de outros partidos, mas peemedebistas de coração."

Olho nele

Stephanes Junior pediu atenção a um dos seus fiscais que acompanhava a contagem dos votos feita pelo também deputado Cleiton Kielse. Stephanes fez o gesto de "olho nele" para o fiscal. Kielse apoiou a chapa de João Arruda.

  • Stephanes Júnior (no centro) comemora ao lado do deputado federal Osmar Serraglio (à esquerda) e Orlando Pessuti

Em uma eleição tensa, que reflete a divisão interna vivida pela legenda, os peemedebistas de Curitiba elegeram ontem o deputado estadual Stephanes Júnior como presidente do diretório municipal do partido. Stephanes, da chapa "PMDB para Todos", recebeu 470 votos, contra 377 do deputado federal João Arruda, da chapa "Resistência Peemedebista".

Mais do que o comando do diretório de Curitiba, a eleição de Stephanes marca a vitória de uma aliança entre duas das três correntes do PMDB no estado. Saem ganhando o grupo dos deputados estaduais do partido, encabeçado por Stephanes, e a ala ligada ao ex-governador Orlando Pessuti. Por outro lado, a derrota de Arruda representa uma perda de espaço do senador Roberto Requião, principal expoente do PMDB paranaense nos últimos anos.

"Demos uma surra no Requião dentro do que era a casa dele. Vamos construir agora um novo PMDB. Um PMDB para todos, que não tem dono e que não vive conforme as vontades do senador Requião", comemorou Stephanes.

Arruda, por sua vez, disse que pretende questionar o pleito na Justiça. "Colocaram o peso da máquina do governo estadual a favor da chapa deles. Filiaram várias pessoas de última hora só para votarem no Stephanes." Ainda assim, o deputado comemorou sua votação. "Mesmo lutando contra a máquina do governo e os cargos comissionados, conseguimos 44% dos votos".

Delegados

Pelas regras do partido, a chapa de Arruda, mesmo perdendo a disputa, vai indicar cinco dos doze delegados do diretório de Curitiba. Os delegados de Curitiba vão participar da conferência estadual do partido, que deve ser realizada em maio, e que irá definir o caminho a ser seguido pelo PMDB nas eleições deste ano.

Nesse caso, há uma divisão mesmo entre o grupo vencedor. Stephanes, o deputado federal Osmar Serraglio, o secretário do Trabalho, Luiz Cláudio Romanelli, e a maioria dos deputados estaduais defendem uma aliança com o governador Beto Richa (PSDB). Os nomes de Stephanes e Serraglio são citados como possíveis candidatos a vice.

Orlando Pessuti, o ex-senador Sérgio Souza e o ex-de­putado federal Rodrigo Rocha Loures trabalham pela candidatura própria. "Depois dessa disputa, vamos buscar a unidade do partido e a candidatura própria", disse Rocha Loures. "Sou pré-candidato a governador", garante Pessuti. O desejo pela candidatura própria pode unir na convenção estadual rivais na disputa em Curitiba. "Os diretórios municipais querem candidato próprio", diz Arruda.

No Twitter, Requião disse que vai levar o resultado para o diretório nacional do partido. "Vamos levar a convenção e a corrupção dos governistas ao Diretório Nacional. PMDB não esta à venda", escreveu. "Apesar dos convencionais de aluguel transportados em vans de luxo, na verdade o PMDB mostrou que esta vivo."

Partido terá candidato à Presidência em 2018, diz Rocha Loures

O ex-deputado federal e membro da Comissão Executiva Nacional do PMDB Rodrigo Rocha Loures afirmou que o partido já comunicou à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula que irá ter candidato próprio nas eleições de 2018. "Estamos com a presidente Dilma em 2014, mas depois disso já vamos começar a preparar um nome para 2018."

Segundo Rocha Loures, o PDMB precisa expor ao eleitorado suas características e suas diferenças, inclusive em relação ao atual aliado nacional, o PT. "Não somos o PT e não somos o PSDB. Nossa base e nossa raiz é outra. Não podemos correr o risco de nos transformarmos em um partido auxiliar do PT." A última vez que o PMDB teve candidato à Presidência foi em 1994, quando o ex-governador e São Paulo Orestes Quércia foi derrotado no primeiro turno.

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