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Doleiro diz que levou R$ 400 mil em propina na sede do PT

O suborno, segundo depoimento anterior do doleiro, teria resultado de um contrato da empresa Toshiba com a Petrobras em 2009

Alberto Youssef disse que a Toshiba realizou dois pagamentos ao Partidos dos Trabalhadores. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Alberto Youssef disse que a Toshiba realizou dois pagamentos ao Partidos dos Trabalhadores. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Em depoimento prestado no âmbito da Operação Lava Jato, o doleiro e delator do esquema de pagamento de propina na Petrobras, Alberto Youssef, afirmou que um de seus funcionários levou cerca de R$ 400 mil em propinas à sede do diretório nacional do PT, no centro de São Paulo.

O doleiro já havia relatado esse pagamento específico, que ao todo –de acordo com os depoimentos – soma aproximadamente R$ 800 mil. No entanto, em seu depoimento anterior, Youssef não havia detalhado como os pagamentos foram feitos.

Questionado sobre o caso específico, Youssef diz que usou uma empresa em nome de Waldomiro Oliveira, apontado como laranja das empresas do doleiro, para repassar dinheiro ao PT, ao PP e ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, também delator do esquema. “Foram dois valores, de 400 e poucos mil reais, que foram entregues, a mando da Toshiba, para o tesoureiro do PT, o [João] Vaccari [Neto]”, diz Youssef no depoimento.

O suborno, segundo depoimento anterior do doleiro, teria resultado de um contrato que a Toshiba fechou com a Petrobras em 2009 para executar obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro de R$ 117 milhões.

Depoimento

Segundo Youssef, a operação foi feita utilizando uma das empresas de Waldomiro Oliveira. “Eu cheguei a usar uma das empresas do seu Waldomiro para fazer uma operação para a Toshiba, onde eu pude pagar não só o PP e o Paulo Roberto Costa, mas também pagar o PT”, disse Youssef ao juiz Sergio Moro.

Para lavar dinheiro do esquema na Petrobras, Youssef utilizava as empresas RCI, Empreiteira Rigidez e MO Consultoria, que pertenciam a Waldomiro Oliveira, além da GFD Investimentos, que estava em seu nome.

Segundo o doleiro, o primeiro pagamento da Toshiba foi feito por ele mesmo à cunhada de Vaccari em seu escritório – cujo nome não foi revelado na audiência. Já o segundo pagamento foi feito pelo seu funcionário, Rafael Ângulo Lopes, e o dinheiro foi entregue na porta do Diretório Nacional do PT a um funcionário da Toshiba, identificado apenas como Piva.

Outro lado

Em entrevista publicada no Valor desta terça (31), o presidente da Toshiba América do Sul, Luís Carlos Borba, afirma que foi enganado por Youssef e Costa a contratar uma das empresas de fachada do doleiro.

Desde que seu nome foi envolvido no escândalo da Petrobras, Vaccari Neto tem negado qualquer participação no esquema. Em nota, Vaccari “nega veementemente que tenha recebido qualquer quantia em dinheiro por parte do senhor Alberto Youssef ou de seus representantes” e reiteira a legalidade das doações recebidas pelo PT.

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