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Duda Mendonça estaria tentando fechar  uma delação premiada após saber que teria sido citado como suposto envolvido com o “departamento da propina” da Odebrecht. | Valter Campanato/ABr
Duda Mendonça estaria tentando fechar uma delação premiada após saber que teria sido citado como suposto envolvido com o “departamento da propina” da Odebrecht.| Foto: Valter Campanato/ABr

O marqueteiro Duda Mendonça, responsável pela campanha vitoriosa de Lula em 2002, tenta um acordo de delação premiada. Ele afirmou ao Ministério Público Federal que recebeu da construtora “Odebrecht, por meio de caixa dois, parte dos pagamentos de trabalhos realizados na campanha de Paulo Skaf (PMDB), ao governo de São Paulo, em 2014”. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo o jornal, a construtora teria repassado o dinheiro para a campanha política de Skaf para liquidar despesas de marketing, por meio do Setor de Operações Estruturadas que, segundo as investigações da Operação Lava Jato, seria o “departamento de propinas da empreiteira”.

O jornal cita ainda que Duda decidiu procurar a Procuradoria-Geral da República (PGR) após saber que seu nome e o pagamento pela campanha de Skaf seriam mencionados em delação premiada de executivos da Odebrecht.

Segundo dados do TSE, a empresa Votemim Escritório de Consultoria Ltda., de Duda Mendonça e outros sócios, teria recebido R$ 4,1 milhões da campanha de Paulo Skaf.

Outro lado

Por nota, Paulo Skaf, que é presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirma que “todas as doações recebidas pela campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo estão devidamente registradas na Justiça Eleitoral, que aprovou sua prestação de contas sem qualquer reparo”. A nota diz ainda que “Paulo Skaf nunca pediu nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas”.

Procurados, o escritório Lira Rodrigues, Coutinho & Iunes Advogados, de Brasília, e a construtora Odebrecht não deram retorno. Duda Mendonça não foi localizado.

CPI dos Correios

Em agosto de 2005, Duda Mendonça admitiu à CPI dos Correios, que investigou o mensalão, que tinha aberto uma conta no exterior para receber dívidas da campanha de 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente. Admitiu que, para receber ilegalmente os repasses do PT, participou de um esquema de lavagem de dinheiro e de caixa dois.

Mendonça contou que, para receber do PT uma dívida de R$ 11,5 milhões, foi obrigado, em 2003, a abrir uma conta no exterior, na qual foram depositados cerca de R$ 10,5 milhões.

Em outubro de 2012, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) absolveram, por maioria, Duda Mendonça pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão.

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