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Nova Iorque, EUA (Folhapress) – O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), ao ser questionado ontem em Nova Iorque se recebera dinheiro do empresário Sebastião Buani, disse: "É mentira, é mentira, é mentira".

Os repórteres insistiram para ele comentar a entrevista de Buani, que momentos antes havia confirmado ter pago propina e mensalinho a Severino, então primeiro-secretário da Mesa. Severino disse apenas: "Estarei lá (no Brasil) na segunda-feira e responderei a todos".

Severino passou o dia de ontem despistando os repórteres para evitar comentar o assunto. As tentativas para escapar das perguntas incluíram cenas típicas de filme de ação. Severino contou com a ajuda de assessores e um constrangedor périplo de três minutos em silêncio entre um restaurante e o carro, submetido a uma artilharia de perguntas.

Severino saiu do hotel em que está hospedado, na região do Central Park, com uma hora e meia de antecedência de seu primeiro compromisso na 2.ª Conferência Mundial de Presidentes de Parlamentos apenas para fugir da imprensa. Depois, retirou-se de uma recepção oferecida por um dos candidatos à presidência da União Interparlamentar, o belga Geert Versnick, antes do discurso do anfitrião.

Por fim, depois de localizado pelos jornalistas no restaurante do subsolo de um hotel em frente à sede das Nações Unidas, saiu repetindo que não daria declarações.

Na véspera, ainda na recepção promovida pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos em homenagem ao Sete de Setembro, Severino queixou-se do assédio da imprensa dizendo que, ao contrário dos jornalistas, as pessoas "gostam" dele. "As pessoas querem tirar fotos comigo. Sou uma boa pessoa", dizia.

Embora tenha cumprido à risca a extensa agenda até ontem, Severino demonstrou desatenção para os assuntos tratados na conferência. Num dos discursos, pela manhã, o presidente da Câmara chegou a cochilar.

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