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São Paulo (AE) – A eleição para presidente nacional do PT, que ocorre amanhã, deverá ser determinante para a continuidade da política econômica do governo, uma vez que os candidatos Raul Pont (Democracia Socialista) e Ricardo Berzoini (Campo Majoritário) têm visões diametralmente opostas com relação à condução dos rumos da economia do país. Enquanto Berzoini se mostra completamente alinhado ao pensamento do Ministério da Fazenda, Pont critica, duramente, as decisões econômicas da administração federal e diz que o partido, sob a possível gestão dele, deverá discutir, amplamente, as resoluções tomadas pelo Poder Executivo. Os dois candidatos encerram a campanha hoje, em Curitiba, com um debate no auditório da Uniandrade.

"Sabemos que esse tipo de orientação (da política econômica) não segue os interesses nem nacionais, nem populares. Não entendo como essa política ditada pelos neoliberais possa vir a ser aceita pelo partido ou pelo país", disse ontem, em debate promovido na sede nacional da sigla, em São Paulo, o candidato da Democracia Socialista. Pont creditou ao sistema econômico grande parte da responsabilidade pela cisão interna da legenda, que, segundo ele, fica evidenciada pelo distanciamento dos movimentos sociais dos debates internos.

Apesar de defender ajustes na política monetária, o candidato do Campo Majoritário voltou a usar o discurso de realizações do Executivo para justificar o apoio à proposta econômica.

Berzoini citou a geração de empregos, a ampliação dos investimentos em moradia com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o programa do biodiesel, a agricultura familiar e o crédito consignado como ações que demonstram a eficácia da gerência fazendária.

"É uma política bem-sucedida e deve ser defendida pelo partido", disse.

Renúncia

Pont defendeu que os deputados da sigla alvos de cassação que renunciarem para escapar do processo não saiam candidatos pela legenda no ano que vem. Já Berzoini posicionou-se de maneira oposta a Pont: "Temos vários deputados questionando a maneira como a Corregedoria e o Conselho de Ética da Câmara vem agindo em relação ao processo de apuração de responsabilidades".

Segundo Berzoini, se houver renúncia após configurada culpa, é uma renúncia para fugir das responsabilidades.

Mas se houver renúncia para escapar de um processo de apuração tumultuado e equivocado, é, na sua opinião, um expediente de proteção dos direitos individuais destes parlamentares.

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