
O imbróglio político que afastou o prefeito de Cascavel, Edgar Bueno (PDT) teve mais um capítulo nesta quarta-feira (29). Uma liminar concedida pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, reconduziu Bueno ao cargo enquanto o caso não é julgado definitivamente. Com isso, o vereador Márcio Pacheco (PPL), que respondia como prefeito interinamente retornou à presidência do Legislativo.
Bueno, que ficou sabendo da liminar a seu favor pela reportagem da Gazeta do Povo, reassumiu a prefeitura as 16 horas. Ele chegou acompanhado da esposa Lorita e do filho André, que é deputado estadual. Cerca de 300 servidores e populares o aguardavam em frente à prefeitura. Alguns usavam adesivos e bandeiras da campanha eleitoral do prefeito. Quando entrou no prédio, foi saudado pela queima de fogos de artifício durante quase cinco minutos.
Bueno disse que vai convidar novamente todos os seus secretários que foram demitidos por Pacheco. Ele disse que nunca aceitou a decisão da Justiça e afirmou não entender como seria possível empossar um prefeito com as contas reprovadas. O professor José Lemos (PT), segundo colocado nas eleições de 2012 teve suas contas reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
O prefeito criticou a interinidade de Pacheco e disse que recebeu a informação de que ele teria trocado todas as fechaduras do gabinete. Pacheco desmentiu, mas disse que deveria ter feito isso "por absoluta segurança".
Danielle Magnabosco, advogada de Lemos, informou que já era esperada a decisão favorável a Bueno, mas considera que há grandes chances de reverter a situação com o julgamento do mérito da ação cautelar e da própria ação que cassou o prefeito. Segundo ela, a fundamentação usada pelo ministro Marco Aurélio para a concessão da cautelar mostram que as chances são grandes de a cassação ser mantida pelo TSE. Em seu despacho o ministro afirmou que "tanto quanto possível, deve ser evitado o revezamento na chefia do Poder Executivo, aguardando-se o pronunciamento deste Tribunal Superior".
Edgar Bueno e o vice Maurício Theodoro (PSDB) foram cassados pelo TRE-PR que entendeu que eles teriam praticado fraude eleitoral com a divulgação de informação, supostamente falsa, de que Lemos teria cometido falsidade ideológica com relação ao seu domicílio na época. O Tribunal Regional considerou que essa notícia teve potencial para influenciar o resultado das eleições de 2012 no município.



