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  • Na primeira foto, a sala logo após a reforma que custou R$ 160 mil. Na segunda, o que restou no local: uma cadeira e uma estante

Brasília - Uma cadeira e uma estante de livros são a única mobília da sala reservada para o governador do estado no Escritório de Repre­sentação do Paraná em Brasília há dois meses. O restante dos móveis foi retirado pelo ex-secretário especial da pasta, Eduardo Re­­quião. Segundo ele, os bens pertenciam a uma empresa da família e estavam cedidos em comodato ao órgão.

O contrato de cessão foi feito entre o próprio Eduardo e a esposa, Ana Helena Mothé da Silva Duarte, que assina em nome da empresa AH Duarte e Cia LTDA. O documento contempla 44 móveis e objetos de decoração e 41 equipamentos emprestados para o estúdio da televisão Paraná Educativa que funcionava no escritório.

"Alguns (móveis) eu comprei e outros foram doados. O Neivo Beraldin me deu umas coisas. As pessoas foram me ajudando a montar (o escritório). Tanto é que há uma placa de agradecimento às empresas que nos ajudaram", diz Eduardo.

A homenagem está na entrada do escritório e contempla 11 entidades. Uma delas é a Admi­nistração dos Portos de Para­naguá e Antonina (Appa), co­­mandada por Eduardo entre 2003 e 2008. Outras seis têm negócios na Appa. Também está citada a Empório Beraldin, empresa de móveis e tecidos que pertence à família do deputado estadual Neivo Beraldin (PDT).

O parlamentar disse que apenas um tapete foi doado pela em­­presa. O restante do material foi comprado por Eduardo. "Con­ver­sei com meu irmão que trabalha na empresa e ele me disse que o Eduardo fez uma série de compras, só essa peça mesmo foi doada."

Entre os itens que foram levados da sala do governador estão duas cadeiras, duas poltronas e duas mesas. O material, assim como o equipamento de televisão, foi para a sede da AH Duarte em Curitiba. "Ele já tinha um destino para esses móveis que era o próprio estúdio. Mas está tudo documentado, era dele e voltou para ele", diz a arquiteta Ana Balbinot, responsável pela reforma feita no escritório durante o ano passado.

A obra foi estimada por Eduardo em cerca R$ 160 mil e abrangeu dois andares do escritório, em um edifício construído nos anos 1970 no Setor Bancário Norte de Brasília. A maior parte dos recursos foi aplicada para a construção de um novo estúdio de televisão de 200 metros quadrados, com linhas de transmissão em fibra ótica que melhoram o envio das reportagens para o Paraná.

Eduardo ficou no escritório entre o primeiro semestre do ano passado e abril de 2010, quando o irmão dele, o então governador Roberto Requião (PMDB), transformou o órgão em uma secretaria especial. A modificação no status permitiu que Eduardo continuasse no governo sem ser atingido pela súmula editada pelo Supremo Tribunal Federal em 2008 e que proibiu o nepotismo no serviço público.

Vazio político

Antes mesmo do vazio físico que se vê hoje, o local passou por um esvaziamento político. Isso porque Eduardo Requião protocolou seu pedido de demissão do cargo em março, afastou-se das funções em 1.º de abril – dia da posse de Orlando Pessuti –, mas foi exonerado oficialmente apenas em 10 de maio. Somente dois meses após assumir o Palácio Iguaçu Pessuti mudou novamente o status do órgão (que deixou de ser uma secretaria especial e voltou a ser um escritório de representação) e nomeou Vitor Lacombe para o cargo de chefia. Ele foi chefe de gabinete de todos os antecessores nomeados por Requião – além de Eduardo, os ex-deputados federais Nivaldo Krüger e André Zacharow.

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