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Henrique Alves e André Vargas (PT-PR): novo presidente e vice da Câmara dos Deputados | Ricardo Wegrzynovski/Ag. Câmara
Henrique Alves e André Vargas (PT-PR): novo presidente e vice da Câmara dos Deputados| Foto: Ricardo Wegrzynovski/Ag. Câmara

Perfil

Longevidade marca carreira política de Henrique Alves

O novo presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), chega ao cargo após 42 anos consecutivos (11 mandatos) na Casa. Membro de um dos grupos políticos mais tradicionais do Nordeste, é filho do ex-governador do Rio Grande do Norte e ex-ministro Aluísio Alves (1921-2006). Também é primo do ex-presidente do Senado e atual ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho. Articulador, foi listado nos últimos oito anos entre os 100 parlamentares mais influentes do Congresso pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.

Chamado pelos colegas de "Henriquinho", têm trânsito livre entre os partidos governistas e de oposição e pela temida bancada ruralista. Em 2002, foi cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB), mas acabou perdendo a indicação para Rita Camata (PMDB-ES). Antes de se eleger presidente, ocupou a liderança do PMDB e liderou uma das principais derrotas legislativas da presidente Dilma Rousseff na votação do Código Florestal. (AG)

Paranaense

Eleito vice-presidente, André Vargas promete encampar causas do PR

Eleito primeiro-vice-presidente da Câmara dos Deputados em uma disputa sem adversários, o paranaense André Vargas (PT) disse que vai ocupar o cargo "pensando no Brasil, mas sem perder o foco no Paraná". "Vamos focar em causas paranaenses que estejam em sintonia com aquilo que está acontecendo de bom para todo o Brasil", declarou. Com a vitória do petista, o estado tem novamente um representante na Mesa Diretoria – o último foi Osmar Serraglio (PMDB), que ocupou a primeira-secretaria entre 2007 e 2009.

Secretário Nacional de Comunicação do PT, Vargas voltou a dizer ontem que cabe à Câmara – e não ao Supremo Tribunal Federal – a prerrogativa de cassar os mandatos dos parlamentares condenados no julgamento do mensalão. "O que eu estou dizendo é o que está no Regimento. Fora isso, é cassação sumária." Em entrevista à Gazeta do Povo no mês passado, ele também declarou que parlamentares sujeitos a penas inferiores às de regime semiaberto (de quatro a oito anos de prisão) têm condições de continuar exercendo suas funções.

Durante os próximos dois anos, a presidente Dilma Rousseff será uma ilha petista cercada de peemedebistas por todos os lados. Com o apoio do Palácio do Planalto, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) foi eleito ontem presidente da Câmara dos Deputados. O partido, que havia emplacado Renan Calheiros (AL) no comando do Senado na semana passada e conta com Michel Temer na vice-presidência, agora detém os três primeiros postos da linha sucessória do governo federal.

As vitórias de Renan e Alves tiveram a mesma característica: ambos foram alvos de diversas denúncias de irregularidades, que não impediram resultados expressivos que fecharam as disputas no primeiro turno. Enquanto na eleição para o Senado Renan recebeu 56 votos contra 18 do senador Pedro Taques (PDT-MT), na Câmara, Alves fez 261 votos contra 165 de Júlio Delgado (PSB-MG). Em terceiro lugar, ficou Rose de Freitas (PMDB-ES), com 47 votos, seguida por Chico Alencar (PSol-RJ), com 11 – outros três deputados votaram em branco e 16 faltaram.

Nas últimas quatro semanas, Alves enfrentou uma enxurrada de acusações. Reportagens do jornal Folha de S. Paulo e da revista Veja mostraram supostos desvios no uso da cota de exercício da atividade parlamentar, irregularidades na destinação de emendas orçamentárias para o Rio Grande do Norte e uma ação em que o deputado é investigado por enriquecimento ilícito. Além disso, o novo presidente da Câmara é réu em uma ação por improbidade administrativa que deve ser julgada ainda neste mês pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte e que pode suspender seus direitos políticos e torná-lo inelegível até 2021.

Ontem, Alves disse que as acusações estavam ligadas à disputa eleitoral. "De repente, agora, numa campanha eleitoral, aparece isso, aparece aquilo, mas volto a dizer: são labaredas que não atingem e não chamuscam o alicerce de uma vida inteira que eu construí com trabalho, com ética, com coerência e com lealdade", afirmou.

Amparado por uma aliança que reuniu os principais partidos governistas (PMDB, PT, PSD, PP, PDT e PCdoB) e de oposição (PSDB, DEM e PPS), Alves foi poupado pelo principal adversário, Júlio Delgado, e só recebeu ataques mais duros dos "independentes" Rose de Freitas e Chico Alencar. "Não podemos votar hoje e deixar a Casa sub judice, sem saber o que acontecerá amanhã", disse a deputada, que se lançou sem o apoio do partido. "Avalizar o predomínio do PMDB no Senado e na Câmara é um perigo para a democracia brasileira", sinalizou Alencar.

Apesar de Alves ter chegado à vitória graças ao apoio do governo, seu primeiro discurso após a eleição foi focado na independência entre os poderes. "O poder que representa o povo brasileiro na sua mais sincera legitimidade, é esta Casa, é o Legislativo, é o Parlamento. Ao Executivo e ao Judiciário não faltará o nosso respeito, mas não se esqueçam que nesta Casa só tem parlamentar abençoado pelo voto popular", afirmou o peemedebista. No começo de 2011, ele chegou a dizer que daria um bambolê a Dilma para melhorar o jogo de cintura nas relações com o Congresso.

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