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São Paulo - As candidatas à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) criticaram ontem a política de segurança pública de São Paulo, estado que era governado até março pelo candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Em menos de 17 horas do último fim de semana, foram registrados ataques ao comandante das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), o tenente-coronel Paulo Adriano Lopes Telhada, e ao batalhão da corporação. Um homem foi morto pelos policiais e pelo menos 15 veículos foram incendiados na capital paulista.
Dilma Rousseff lamentou os ataques e sugeriu que há falhas na política carcerária do estado, base de José Serra, ao usar o Rio como exemplo. "Nós tivemos uma política no Rio de Janeiro que não acaba com a violência, mas ela dificulta extremamente que o crime organizado utilize as cadeias como plataforma para agir. Foi a transferência de presos para presídios de segurança máxima [federal]", disse a petista, que afirmou ter lido nos jornais que o ataque foi feito por ordem da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) ontem, o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), admitiu que as ações podem ter sido planejada por alguma facção criminosa.
Questionada sobre o ataque à sede da Rota, Marina Silva disse ontem em Jundiaí que São Paulo passa por "problemas de descontrole" na área da segurança. "Se você observar, estados como o de São Paulo, que tem 20 anos do mesmo governo e que é o mais rico da federação, pagam um dos piores pisos salariais do país para os policiais", disse a candidata do PV. "Nós temos problema de descontrole da segurança, como nós vimos aqui no estado." O estado é governado pelo PSDB há quatro gestões.
Ligação
O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, também criticou as administrações tucanas em São Paulo após os ataques à Rota. O petista sugeriu que há ligação entre os episódios com a facção criminosa PCC, ao dizer que a criminalidade aumentou por falta de controle nos presídios. "É evidente que em São Paulo o governo perdeu o controle do sistema prisional e foi de dentro dos presídios que essas facções criminosas se organizaram e têm mostrado sua força", disse o petista.
Para Mercadante, as cidades do interior do estado ficaram menos seguras com os presídios inaugurados durante as gestões tucanas. "Hoje tem 59 mil presos além da capacidade prisional e nas delegacias pouco mais de 8 mil presos, e não é função da Polícia Civil ser guarda penitenciário. O governo do estado nesses 16 anos espalhou presídios pelo interior sem nenhuma medida preventiva ou compensação para essas cidades."
No domingo, o candidato do PSDB ao governo, Geraldo Alckmin, disse que os ataques são uma reação ao trabalho da polícia. "Certamente isso é uma reação à ação da polícia. E o que tem que fazer não é retroagir, não é voltar atrás um milímetro. É ter firmeza no trabalho. Temos uma polícia extremamente ativa, e ela vai descobrir esses criminosos e vai prendê-los", afirmou. Alckmin minimizou um eventual impacto dos ataques em sua campanha e citou a redução dos índices de criminalidade no estado, especialmente homicídios e latrocínios. O estado de São Paulo é governado há 15 anos pelo PSDB.



