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Segurança Pública

Ataques à polícia de SP viram arma de campanha

Dilma Rousseff e Marina Silva criticam as políticas de combate ao crime em São Paulo, estado governado há 15 anos pelo PSDB

Para Dilma, falhas na política carcerária de São Paulo permitem aos criminosos comandar ações de dentro das cadeias | Marcello Casal Jr./ABr
Para Dilma, falhas na política carcerária de São Paulo permitem aos criminosos comandar ações de dentro das cadeias (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

São Paulo - As candidatas à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) criticaram ontem a política de segurança pública de São Paulo, estado que era governado até março pelo candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Em menos de 17 horas do último fim de semana, foram registrados ataques ao comandante das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), o tenente-coronel Paulo Adriano Lopes Telhada, e ao batalhão da corporação. Um homem foi morto pelos policiais e pelo menos 15 veículos foram incendiados na capital paulista.

Dilma Rousseff lamentou os ataques e sugeriu que há falhas na política carcerária do estado, base de José Serra, ao usar o Rio como exemplo. "Nós tivemos uma política no Rio de Janeiro que não acaba com a violência, mas ela dificulta extremamente que o crime organizado utilize as cadeias como plataforma para agir. Foi a transferência de presos para presídios de segurança máxima [federal]", disse a petista, que afirmou ter lido nos jornais que o ataque foi feito por ordem da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) – ontem, o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), admitiu que as ações podem ter sido planejada por alguma facção criminosa.

Questionada sobre o ataque à sede da Rota, Marina Silva disse ontem em Jundiaí que São Paulo passa por "problemas de descontrole" na área da segurança. "Se você observar, estados como o de São Paulo, que tem 20 anos do mesmo governo e que é o mais rico da federação, pagam um dos piores pisos salariais do país para os policiais", disse a candidata do PV. "Nós temos problema de descontrole da segurança, como nós vimos aqui no estado." O estado é governado pelo PSDB há quatro gestões.

Ligação

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, também criticou as administrações tucanas em São Paulo após os ataques à Rota. O petista sugeriu que há ligação entre os episódios com a facção criminosa PCC, ao dizer que a criminalidade aumentou por falta de controle nos presídios. "É evidente que em São Paulo o governo perdeu o controle do sistema prisional e foi de dentro dos presídios que essas facções criminosas se organizaram e têm mostrado sua força", disse o petista.

Para Mercadante, as cidades do interior do estado ficaram menos seguras com os presídios inaugurados durante as gestões tucanas. "Hoje tem 59 mil presos além da capacidade prisional e nas delegacias pouco mais de 8 mil presos, e não é função da Polícia Civil ser guarda penitenciário. O governo do estado nesses 16 anos espalhou presídios pelo interior sem nenhuma medida preventiva ou compensação para essas cidades."

No domingo, o candidato do PSDB ao governo, Geraldo Alckmin, disse que os ataques são uma reação ao trabalho da polícia. "Certamente isso é uma reação à ação da polícia. E o que tem que fazer não é retroagir, não é voltar atrás um milímetro. É ter firmeza no trabalho. Temos uma polícia extremamente ativa, e ela vai descobrir esses criminosos e vai prendê-los", afirmou. Alckmin minimizou um eventual impacto dos ataques em sua campanha e citou a redução dos índices de criminalidade no estado, especialmente homicídios e latrocínios. O estado de São Paulo é governado há 15 anos pelo PSDB.

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