
Sem informação suficiente para votar, pelo menos 30 mil imigrantes brasileiros no Paraguai os chamados brasiguaios cruzarão a fronteira com o Brasil amanhã para escolher candidatos que mal conhecem. Embora não seja proibida pela legislação brasileira, a campanha política nas cidades "brasiguaias"é tímida.
Não há cavaletes com imagens e números de candidatos brasileiros, muito menos cartazes e faixas nas ruas. O que se vê são santinhos espalhados em pontos comerciais e nas mãos de alguns eleitores.
"Estou bem por fora dos candidatos", diz o comerciante Mauro Espanholi. Ele pretende votar no Brasil, mas conta que não tem assistido nem mesmo a propaganda no horário eleitoral gratuito. O programa é exibido por meio dos canais de televisão brasileiros, cujo sinal é captado com facilidade no Paraguai.
Sempre em contato com os outros imigrantes no país, o produtor Juacir Repossi comenta que os brasileiros não conhecem bem os candidatos, principalmente a deputado e senador. "Para presidente, os brasileiros [que vivem no Paraguai] têm alguma noção em quem votar, mas para o resto não", afirma Repossi, que está radicado há 40 anos no Paraguai.
Corpo a corpo
Pensando em conseguir votos que podem garantir a vitória nas urnas, alguns candidatos ao Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa percorreram os municípios do Paraguai que fazem fronteira com o Brasil para fazer corpo a corpo. Santa Rita e San Alberto, municípios situados na faixa de fronteira com o Brasil e com maior concentração de imigrantes, foram algumas das localidades visitadas pelos candidatos.
"Os candidatos prometeram mais integração com o Brasil e entre os paraguaios e brasileiros", diz o comerciante Liro Gorris, morador de Santa Rita e uma das lideranças entre os brasileiros que vivem no Paraguai. Ele conta que tem recebido, a todo momento, telefonemas de brasileiros que vivem no Paraguai para saber se candidatos estarão oferecendo transporte gratuito até a Ponte da Amizade ligação entre Brasil e Paraguai no dia das eleições.
Transporte
Segundo ele, os eleitores falam em não ir votar caso não haja o transporte gratuito. O transporte de eleitores é liberado no Paraguai porque a legislação eleitoral brasileira não tem validade no país vizinho. Mas no lado brasileiro, o transporte de passageiros é proibido. A prática será coibida pela Polícia Federal (PF), que estará de plantão na Ponte da Amizade no dia das eleições. Segundo a Justiça Eleitoral, tanto quem oferece, quanto quem usufrui do transporte irregular pode ser penalizado.



