• Carregando...
Serra e Dilma: muito discurso, pouca objetividade nos programas de governo. | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo e Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Serra e Dilma: muito discurso, pouca objetividade nos programas de governo.| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo e Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Agenda eleitoral

Confira o que está programado para essa última semana da campanha presidencial:

Domingo – José Serra (PSDB) faz campanha no Rio de Janeiro. Beto Richa participa.

Segunda-feira – Debate na Rede Record, às 23 horas.

Terça-feira – Lula tem evento pré-agendado em Curitiba. A partir desta data, até 48 horas depois do encerramento da eleição, nenhum eleitor poderá ser preso, a não ser em flagrante ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável.

Quinta-feira – Último dia para realização de reuniões públicas para propaganda, como comícios.

Sexta-feira – Encerramento da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. Data do último debate, a partir das 22h15, na Rede Globo.

Sábado – Lula e Dilma fazem caminhada em Belo Horizonte (MG). Fim da propaganda eleitoral nas ruas e da distribuição de material de propaganda política.

Domingo – Data do 2º turno, entre 8 e 17 horas. A divulgação do resultado deve ocorrer até quatro horas depois do fechamento das urnas.

Obs.: a agenda dos candidatos para todos os dias da reta final da campanha não havia sido divulgada até o fechamento da edição.

Se o tom dos ataques entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) já estava alto, a última semana da disputa presidencial se direciona para um padrão ainda mais agressivo. Apesar de a petista ter conseguido abrir vantagem nas pesquisas divulgadas na última semana, a estratégia será manter as críticas ao adversário no horário eleitoral do rádio e da televisão para garantir a dianteira. Na tentativa de reverter a situação, os tucanos também não devem aliviar.

"A decisão de voto da maioria esmagadora dos eleitores já está consolidada. Para virar o jogo, só com muita pancada", diz o cientista político Leonardo Barreto, da Universidade de Brasília (UnB). Segundo ele, essa tendência deve reforçar o entendimento de que a campanha de 2010 é a de mais baixo nível desde a redemocratização – com muitos ataques e poucas propostas.

A análise do professor é de que há um clima de luta por sobrevivência entre os aliados do PSDB, como o PPS e o DEM. "São partidos que perderam representatividade por todos os lados e que jogam o próprio futuro na eleição do Serra", diz Barreto. O número de deputados federais eleitos pelo DEM caiu de 65, em 2006, para 43 neste ano. E, pelo PPS, de 22 para 12 de uma eleição para a outra.

Outro fator que contribuiu para a agressividade no segundo turno foi o plano petista de realizar "ataques preventivos". Mesmo com as pesquisas indicando que Dilma nunca foi ultrapassada nas intenções de voto, os tucanos têm sido atacados em todos os programas do horário eleitoral gratuito. "É algo realmente heterodoxo; o marketing político não recomenda que o líder parta para cima de quem está atrás."

Esse é o principal sintoma de que as pesquisas eleitorais estão erradas, na avaliação do senador Alvaro Dias (PSDB-PR). "Não há campanha em qualquer lugar do mundo que funcione assim, com o candidato que está na frente sendo tão agressivo. Só comprova que há uma manipulação dos números", acusa o parlamentar.

Segundo a pesquisa divulgada pelo Datafolha na sexta-feira, Dilma tem 50% das intenções de voto (56% dos válidos) e Serra, 40% (44% dos válidos). Na quarta-feira, o Ibope apresentou um resultado similar – a petista com 51% (56% dos votos válidos) e o tucano com 40% (44% dos válidos). "Ao longo dessa última semana, vamos insistir na tese de que esses dados não estão corretos", antecipa Alvaro.

Do outro lado, o secretário nacional de comunicação do PT, o deputado federal paranaense André Vargas, afirma que o resultado provoca o desespero dos tucanos porque demonstra que o eleitorado não está com disposição de fazer mudanças radicais. "Não adianta vir com essa história de bolinha de papel. Nem uma bigorna faria alguém mudar de voto nesse momento", diz o petista, lembrando o episódio da agressão a Serra na última quarta-feira, no Rio de Janeiro.

Vargas declara que o partido está preparado para enfrentar o tema nos próximos dias e que não vai diminuir as críticas. "Há uma diferença clara entre nossos ataques e os deles. Enquanto eles usam versões, dossiês, nós só batemos nas questões políticas: mostramos as privatizações, que o PSDB não tem responsabilidade social e que querem cortar programas do governo."

Debates

Ambas as campanhas não consolidaram as agendas dos candidatos para a última semana antes da eleição do segundo turno. De concreto, há os debates de amanhã, às 23 horas, na Rede Record, e o de sexta-feira, na Rede Globo.

Além da preparação para os embates decisivos, a expectativa é de que tanto Dilma quanto Serra concentrem os esforços no Sudeste. Os dois lados também usarão, nas viagens, as principais armas de que dispõem: Dilma, o apoio de Lula; e Serra, a presença de governadores eleitos pelo PSDB – como o paranaense Beto Richa.

O presidente terá eventos políticos diários até a eleição. Na terça-feira, ele deve visitar Curitiba. Lula também buscará votos em eventos no Nordeste.

A despedida da campanha de Dilma ocorrerá no sábado, com uma caminhada em Belo Horizonte (MG). Serra ainda não oficializou em qual cidade realizará o desfecho da campanha. Minas Gerais, no entanto, também será um estado-chave para ele nos próximos dias.

Já Beto Richa, inicialmente escalado para representar Serra em atividades fora do Paraná, ainda não fez campanha fora das fronteiras do estado. Neste domingo, porém, ele deve participar de um evento no Rio de Janeiro. Na terça-feira, Richa tem pré-agendadas viagens para Goiás e Mato Grosso.

Serviço:

A pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira está registrada no TSE com o número 36.536/2010. Foram feitas 4.037 entrevistas. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos. Já o levantamento Ibope, divulgado na quarta, está registrado no TSE com o número 36476/2010. Foram feitas 3.010 entrevistas. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

* * * * *

Interatividade

O que mais contribui para a definição do seu voto: os ataques ou as propostas apresentadas pelos candidatos?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]