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Lista de presença

Confira como foi a participação de cada candidato ou de seus representantes no encontro:

Quem foi

- Avanilson Araújo (PSTU)

Defende a equiparação da aposentadoria ao salário mínimo, tanto no reajuste quanto nos valores do benefício. Quer o fim do fator previdenciário e diz que vai ampliar o orçamento da saúde do estado para dirigir os recursos extras à atenção especializada.

- Paulo Salamuni (PV)

Lembrou seu envolvimento na criação do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa e do Fundo Municipal do Idoso. Diz estar aberto às propostas encaminhadas pelas entidades.

Representantes

- Márcia Huçulak, coordenadora do programa de governo da área de Saúde do candidato Beto Richa (PSDB)

Com ênfase na construção de uma rede de assistência, os projetos têm enfoque principal na saúde, com unidades de referência especializadas no interior do estado, reforço no atendimento de urgência e emergência, parcerias com as prefeituras para atividades de lazer e entretenimento, atenção à assistência primária, saúde mental e vítimas de alcoolismo e drogas.

- Celso Carazzai, vice-governador na chapa de Robinson Luis Cordeiro de Paula (PRTB)

Defende a criação de delegacias especializadas no atendimento ao idoso, com centro integrado de combate à violência. Pretende levar o modelo do hospital do idoso, construído em Curitiba, para o interior do estado. Junto às prefeituras, vai incentivar a adequação das calçadas para garantir acessibilidade e incentivar programas de lazer e entretenimento.

- Gilberto Gomes, vice-governador na chapa de Amadeu da Luz (PDB)

Não enumerou propostas concretas, mas defende uma política plural, de assistência ampla, da infância à terceira idade. Pela ideologia partidária, destaca a necessidade de uma revolução no sistema atual para garantir a melhor divisão dos benefícios sociais.

- Luiz Piva, candidato a senador pelo PSOL, representante do candidato Luiz Felipe Bergmann (PSOL)

Convocado às pressas pelo candidato, apresentou-se para defender os movimentos organizados, como o próprio Fórum e as entidades representativas. Mostrou-se disposto a acolher as reivindicações das entidades presentes.

Não compareceu

- Osmar Dias (PDT) O candidato também não mandou representante.

O 2.º Encontro com Candidatos, organizado pelo Fórum Popular Permanente da Pessoa Idosa de Curitiba e Região Metropolitana, decepcionou o público, formado por integrantes de entidades que defendem a causa da terceira idade, na última terça-feira, na capital. As poucas propostas para a população idosa apresentadas pelos candidatos só não foram mais criticadas do que o comportamento dos próprios postulantes ao cargo de governador.

A ideia era que cada um apresentasse sua plataforma de governo, seus projetos de atenção para os idosos – hoje, cerca de 10% da população em geral. Só dois dos sete convidados – e com presença confirmada – compareceram. Quatro mandaram representantes, alguns deles sem preparo para discutir o envelhecimento. Teve até ausência completa, injustificada.

O saldo não poderia ser pior. Sentindo-se desrespeitados, plateia e organizadores lamentaram ausências, substituições e a exposição magra de propostas. Eleitores idosos não são necessariamente fiéis na balança eleitoral. Seu voto facultativo, acima dos 70 anos, muitas vezes acaba menosprezado pelo grosso dos candidatos. Mas engana-se quem não dá o devido valor ao trabalho de cabo eleitoral de quem ostenta cabelos brancos e experiência de vida. "Além de fazer questão de votar, por uma conquista democrática histórica, sou referência para minha família, minha comunidade e meus amigos. Eles me perguntam em quem podem confiar o voto", observa o militar aposentado Janary Maranhão Bussmann, integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa.

Falta de atenção

O não comparecimento ao compromisso com os idosos na última terça-feira teve as mais diversas justificativas. Para os organizadores do evento, nenhuma, porém, foi capaz de desculpar a falta de atenção a representantes de uma fatia da população que cresce mais do que outras faixas etárias e vai exigir cada vez mais políticas públicas específicas e urgentes. "Se não são capazes de expor propostas para um grupo de entidades, o que vão dizer para a população em geral?", questionou uma das idosas que participava do evento.

O comportamento dos candidatos, no entanto, não chega a surpreender. "A princípio, estranhei o fato de eles terem confirmado a presença. Idosos não são um público cotado em campanhas eleitorais, apesar da sua representatividade na sociedade", observa a professora de Ciê­n­­­­cia Política Andrea Paladino, da Unicuritiba. Na opinião da cientista política, nenhum grupo específico acaba contemplado durante o processo eleitoral. "As propostas são genéricas e vagas, e giram em torno de questões centrais mais amplas, como saúde, segurança e educação. Ainda assim, nenhum projeto de governo tem especificações técnicas concretas. É sempre a atitude de apagar incêndio", diz.

Sem apresentar projetos específicos, candidatos ao governo do Paraná acabaram demonstrando despreparo para trabalhar em políticas prospectivas de melhoria da condição atual da população idosa. Sequer traçaram diretrizes para a questão do idoso – assistência médica, previdenciária, de transporte, habitação e outros –, que vai ser urgente em poucos anos. "Não existe plano de governo para a pessoa idosa. Nem para agora, nem para o futuro", observa Edilmere Sprada, uma das organizadoras do encontro.

Para a professora Andrea, o discurso vazio é o que leva o eleitorado à descrença com a política e o processo eleitoral. "As propostas deveriam estar presentes em todas as plataformas. Mas há um descolamento entre a política praticada pelos candidatos e os anseios da sociedade", diz. Para mudar essa condição, a organização pode ser uma saída, a exemplo do que fazem as entidades associativas. "Políticas públicas são estabelecidas de acordo com a capacidade de pressão social. Nem sempre a mais justa ou urgente é a contemplada, a menos que faça barulho e pressão suficientes para provocar a mudança."

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Interatividade

Quais propostas dirigidas para idosos deveriam estar contempladas nos planos de governo dos candidatos?

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