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Campanha da Fraternidade: dom Dimas Barbosa e dom Geraldo Lyrio Rocha anunciaram que tema de 2011 será meio ambiente | Vvalter Campanato / Agência Brasil
Campanha da Fraternidade: dom Dimas Barbosa e dom Geraldo Lyrio Rocha anunciaram que tema de 2011 será meio ambiente| Foto: Vvalter Campanato / Agência Brasil

Brasília - O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha, avisou que a instituição insistirá em temas como aborto e eutanásia pelo menos até 2012. Ontem à tarde, a CNBB lançou a Campanha da Fraternidade de 2011, que terá como tema "Fraternidade e a vida no planeta" e como lema "A criação geme como em dores de parto". Em entrevista, dom Geraldo antecipou que em 2012 a campanha terá como tema a saúde pública.

Durante a entrevista na sede da CNBB em Brasília, dom Geraldo e o secretário-geral da entidade, dom Dimas Barbosa, observaram que a campanha do próximo ano que discutirá meio ambiente e a vida "em todas as suas fases" foi definida em junho de 2009, descartando qualquer vinculação com o momento eleitoral. "A escolha do tema é feita com muita antecedência, mas tudo é muito providencial. Claro que todos sabem que a posição da Igreja na questão do aborto é inegociável, não que a Igreja seja do contra ou da oposição, mas a favor da vida", disse. "Não é coincidência. É agenda que está na ordem do dia", acrescentou. Dom Geraldo destacou que a Igreja quer discutir na campanha da fraternidade não apenas a questão do aborto e da eutanásia, mas "todo o desdobramento sagrado da vida".

Comportamento

Sobre a disputa eleitoral deste ano, o religioso afirmou que, neste momento, é preciso "bom senso". Ele fez essa declaração ao responder indagamento sobre qual seria sua avaliação sobre o comportamento dos candidatos. "Os candidatos, os eleitores, os partidos e as lideranças da Igreja devem levar as discussões para o nível que deve ser e não baixar o nível", enfatizou.

Questionado se temas como aborto e união civil de pessoas do mesmo sexo não estariam sendo discutidos de forma superficial na campanha eleitoral, ele pontuou: "Toda moeda tem dois lados. É inconveniente por um lado e por outro tem enorme vantagem. Afinal, o tema [aborto] tinha de entrar em pauta". Dom Geraldo disse ainda que a CNBB não pode responder por "reduções no debate".

Para ele, a Igreja não vai sair rachada desse momento político. "Só haveria um racha se houvesse divisão naquilo que é fundamental. Ninguém está defendendo o aborto dentro da Igreja."

O dirigente da CNBB também rebateu críticas de que alguns setores da Igreja estariam se intrometendo em questões de Estado. "Ela não pode ser acusada de se intrometer em temas que levam em conta a defesa da vida. O que a Igreja defende não é a imposição de seus dogmas em uma sociedade pluralista, mas a defesa da vida", ressaltou. Ele disse que "impedir a Igreja de manifestar a sua posição é silenciá-la, e acusá-la de intromissão é um argumento falso".

Dom Geraldo voltou a ressaltar que a CNBB não tem candidato. "A CNBB não aponta candidatos e partidos, apenas indica critérios para que o cidadão possa exercer bem sua cidadania."

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