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As coligações que disputarão o governo do estado e os demais cargos no Paraná foram formadas em cima da hora. Alguns candidatos ficaram até os últimos momentos sem se decidir para que lado iam. O senador Osmar Dias (PDT), por exemplo, parecia até o último momento que poderia participar de uma chapa que apoiaria José Serra (PSDB) ou de uma que daria palanque para Dilma Rousseff (PT).

O PPS foi mais longe: três horas antes de acabar o prazo das convenções eleitorais, o partido ainda tinha três opções na mesa: apoiar Beto Richa (PSDB), Osmar Dias ou lançar candidatura própria. A indecisão significa falta de firmeza ideológica?

De acordo com Adriano Codato, professor de Ciência Política da UFPR, para entender esses acordos, o eleitor tem de pensar com a cabeça de quem está do lado de dentro da política profissional. "Partidos políticos são agências de empregos públicos", afirma o professor, garantindo que sua frase não representa cinismo. "Eles precisam atingir o poder para ter condições de ocupar cargos. Por isso, mais do que preocupados com a ideologia, estão pensando na melhor oportunidade de chegar ao poder", afirma.

"Nós temos uma visão romantizada da politica. Mas políticos são sujeitos que calculam benefícios próprios e agem em função disso. Há uma ambição própria que é saltar de nível", afirma Codato. "Veja: o candidato se elege prefeito de Curitiba com 80% dos votos e não está bom ainda. Quer mais poder", diz. Para chegar a esse poder, ensina o professor, é que se calculam as estratégias para chegar ao ponto desejado: alianças e até discurso podem mudar de acordo com a situação.

Situação normal

O importante, porém, é não acreditar que isso tudo signifique uma "degeneração" do cenário político ou algo parecido, observa o professor. A não ser em épocas de grande crise, como revoluções, guerras ou depressões econômicas importantes, é normal que as coisas sejam assim. A ideologia costuma assumir papel fundamental, sem possibilidade de matizes, às vezes, justamente nesses momentos mais difíceis.Cenário

Para o cientista político Sérgio Braga, professor do mestrado da UFPR, os candidatos ao governo do Paraná nesta eleição não são políticos com ideologia muito definida. "O Beto Richa, como é mais jovem, tem um discurso modernizante. O Osmar Dias não é nem de esquerda nem de direita, muito pelo contrário. A esquerda mais tradicional, autoritária, populista, aqui no estado, era mais representada pelo governador Roberto Requião", diz.

Interatividade:

A flexibilidade dos candidatos para fazer coligações deve ser evitada ou faz parte do jogo político?

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