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Tráfico de influência

Contador da empresa de filho de Erenice deixa PF sem dar declarações

Gustavo Mourão foi ouvido em caso de suposto tráfico de influência. Capital Consultoria teria negociado contratos de empresas com o governo

A Polícia Federal ouviu em Brasília nesta quarta-feira (20) o depoimento de Gustavo Mourão, contador da Capital Consultoria, empresa que tem como sócio um dos filhos da ex-ministra Erenice Guerra e que é citada no suposto esquema de tráfico de influência na Casa Civil.

O depoimento teve início às 16h, e o contador só saiu da Superintendência da PF às 18h20. Segundo a assessoria da PF, no entanto, o interrogatório de Mourão durou cerca de uma hora. A PF não revelou o teor do depoimento nem informou se o contador respondeu às perguntas formuladas. O contador deixou a PF em um carro com os vidros fechados sem dar declarações.

Segundo reportagem da revista "Veja" em setembro, a Capital Consultoria seria utilizada por Israel e Saulo Guerra, filhos de Erenice Guerra, para negociar a facilitação de contratos entre empresas privadas e o governo. A revelação do caso levou à queda de Erenice do cargo além da demissão de dois de seus assessores diretos na Casa Civil.

Na manhã desta quarta, também prestou depoimento à PF o marido de Erenice, José Roberto Camargo Campos. O depoimento, no entanto, não foi divulgado pela Polícia Federal, ao contrário do que havia sido feito com outros citados no caso.

Outros depoimentos

No dia 5 de outubro, os filhos da ex-ministra estiveram na Polícia Federal para depor, mas permaneceram em silêncio diante dos agentes federais, em Brasília.

O ex-diretor dos Correios Marco Antônio de Oliveira, também citado no caso, passou cerca de quatro horas na Superintendência da PF em Brasília durante seu depoimento em 4 de outubro.

Marco Antônio é tio de Vinícius Castro, que pediu demissão do cargo de assessor da Casa Civil no dia 13 de setembro. Segundo a revista "Veja", o ex-diretor dos Correios participava das negociações no suposto esquema, o que ele negou na época das reportagens.

No dia 1º de outubro, o ex-assessor da Casa Civil Stevan Knezevics também deixou a PF sem prestar esclarecimentos aos agentes federais. O advogado de Stevan é o mesmo que defende outros dois envolvidos no caso – o também ex-assessor da Casa Civil Vinicius Castro e a mãe dele, Sônia.

Ambos foram convocados para prestar depoimentos no último dia 29, mas também utilizaram o direito de não responder às perguntas da polícia.

Pedido de prorrogação

A Polícia Federal encaminhou na última quarta-feira (13) à Justiça Federal de Brasília um pedido de prorrogação do inquérito que investiga as suspeitas de tráfico de influência na Casa Civil. O pedido foi assinado pelo delegado Roberval Vicalvi, responsável pelas investigações.

O inquérito, aberto em setembro, completou 30 dias em 14 de outubro, prazo máximo para ser concluído. A sequência das investigações só foi possível com a autorização da Justiça. O delegado responsável alegou que, com os depoimentos que haviam sido prestados até então, ainda não havia sido possível concluir as investigações.

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