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Investimento em Ciência e Tecnologia é fundamental para o país se desenvolver e gerar riquezas. Mas, além de fomentar a pesquisa nas instituições de ensino – tanto públicas quanto privadas –, o próximo governador também precisa incentivar as empresas a inovarem seus produtos e serviços.

A Fundação Araucária é a agência de fomento à pesquisa no Paraná. Mas, para que ela realmente contribua com o desenvolvimento do estado, precisa passar por mudanças. A fundação recebe até 30% do total de investimento público em Ciência e Tecnologia (2% da receita tributária). "O dinheiro tem que ser dividido entre universidades, Tecpar e Fundação Araucária. O cobertor é muito curto para tudo isso", observa Wolney Betiol, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). O orçamento previsto para o órgão neste ano é de R$ 96,2 milhões. Segundo Betiol, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) é um bom exemplo a ser seguido – o relatório mais recente, de 2008, mostra que foram investidos R$ 638 milhões em projetos de pesquisa e divulgação científica, dos quais 30% diretamente na formação de recursos humanos.

Mas o grande gargalo é a falta de incentivo à inovação empresarial. "Hoje o Paraná não tem nenhuma linha de investimento em empresas nascentes, que querem desenvolver produtos inovadores. São Paulo e Santa Catarina, por exemplo, já têm, e assim basta atravessar a divisa para um empreendedor ter acesso a capital. A junção de dinheiro e talento é o que gera a inovação. Precisamos segurar os empreendedores aqui", relata Betiol, que também é conselheiro da Bematech, empresa de inovação tecnológica que se desenvolveu em uma incubadora do então Cefet.

"Precisamos de políticas públicas de incentivo para as empresas criarem núcleos de inovação, com aportes de capital a fundo perdido. É sempre um risco, mas é a inovação que vai gerar produtos e serviços com valor agregado", afirma Ronald Dauscha, diretor do Centro Internacional de Inovação da Fiep (C2i). Segundo ele, além da subvenção, o governo estadual também pode incentivar o desenvolvimento tecnológico via compras governamentais. "É um pouco complexo, pois há a Lei de Licitações, mas é possível encontrar maneiras de fazer encomendas a um consórcio ou empresa regional que invista na inovação."

O Paraná pode começar a trilhar esse caminho com a aprovação da Lei de Inovação, cujo anteprojeto foi encaminhado pelo Executivo à Assembleia no fim de agosto. A lei é necessária para adequar o marco regulatório do estado com o da União. (RF)

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