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A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse nesta sexta-feira (17) que "calúnias e falsidades" sempre surgem "15 dias antes da eleição". A petista não mencionou as denúncias de tráfico de influência na Casa Civil, pasta que ela chefiou até deixar o governo para se candidatar, e o vazamento de dados fiscais de tucanos e da filha e do genro do candidato do PSDB, José Serra.

"Diante da eleição, aqueles que temem perder a eleição, o voto, utilizam de mecanismos, utilizam de calúnias e falsidades. É por isso que vocês estejam atentos e percebam que isso sempre acontece 15 dias antes da eleição", disse, em comício realizado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Juiz de Fora (MG).

Em seguida, Dilma citou como exemplo a campanha de Lula em 2002, quando ele foi eleito para o primeiro mandato. "O presidente Lula foi sempre cercado de afirmações do seguinte tipo: ‘olha, se o Lula for eleito, o Brasil vai parar. Se o Lula for eleito, vai ser o caos. E aí eu pergunto pra vocês: foi o caos? Não. O Brasil cresceu? Cresceu."

Lula discursou após Dilma e fez críticas à oposição e ao PSDB, afirmando que tem "gente nervosa" e "com raiva". Dirigindo-se à petista e ao candidato do PMDB ao governo mineiro, Hélio Costa, que é apoiado pelo PT, Lula disse que os dois não podem ter o que chamou de "arrogância tucana".

A declaração foi dada quando o presidente falava sobre o número de escolas técnicas e universidades construídas durante sua gestão. Como é recorrente em seus discursos, Lula afirmou que, em um século, foram feitas 140 escolas técnicas no país e que concluirá seus oito anos de mandato com 214 escolas técnicas construídas.

"Teve gente com doutorado, que falava inglês e francês e ainda de lambuja falava espanhol, que fez pós-graduação não sei aonde, que tinha não sei quantos títulos de doutor honoris causa e passou por esse país e não fez uma única universidade. Aprovou no Congresso a universidade do vale do São Francisco, mas quem colocou o primeiro tijolo e a última telha fomos nós", disse.

Em seguida, acrescentou: "Essa gente acha que tem sabedoria demais. Por isso, companheira Dilma, por isso, companheiro Helio Costa, vocês têm que ter alguma coisa a mais do que arrogância tucana. A humildade humana é o que vocês têm que ter pra enfrentar essa gente".

"Cara de ontem"

O presidente também falou sobre as críticas que recebeu por ter indicado Dilma como candidata à sua sucessão. Citou críticas como o fato de a petista nunca ter disputado uma eleição antes e comemorou pesquisas que mostram Dilma à frente do tucano José Serra.

"Essa mulher já está 27 pontos à frente deles em todo o território nacional. E eles sabem que está mais fácil ela crescer mais do que eles crescerem. Porque eu vou contar uma coisa pra vocês: tem candidato que vai no debate com ela, que eu pensava que era moderno, e o cidadão tem cara de ontem e pensa como um cara de anteontem. Ou seja, é o Brasil que eles querem voltando pra trás", disse. PSDB comenta declarações de Lula

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que há "populismo e demagogia" nas declarações do presidente Lula. "O Lula foi muito humilde no passado, mas hoje é o presidente mais arrogante da história do Brasil. Não somos nós que dizemos. É ele que diz que o Brasil começou com ele", disse, afirmando ainda que não considera Dilma Rousseff e Helio Costa humildes.

Sobre a comparação entre o governo do PT e os governos anteriores, Guerra afirmou que o PSDB aceita discutir o resultado das administrações tucanas. "Essa discussão sobre fazer ou não fazer é uma discussão que a gente aceita. Estamos inteiramente preparados para essa discussão", afirmou.

O presidente do PSDB criticou ainda a postura do presidente diante das denúncias envolvendo a Casa Civil. "Tem uma coisa que não fizemos e que ele faz todo dia, que é desrespeitar a democracia. Ele está conciliando com práticas, como a da Casa Civil, e não é capaz de enfrentá-las", afirmou.

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