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Dilma nega plano para a economia e Bernardo admite ajuste em 2010

Dilma no Senai, em São Paulo: ela descartou discussão sobre ajustes na economia | Roberto Stuckert Filho
Dilma no Senai, em São Paulo: ela descartou discussão sobre ajustes na economia (Foto: Roberto Stuckert Filho)

São Paulo - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, negou ontem que esteja discutindo com auxiliares medidas econômicas para serem adotadas caso seja eleita. Matéria publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo afirma que a equipe da petista está discutindo a redução do reajuste salarial do funcionalismo e da meta de inflação para os próximos anos. Segundo o jornal, o governo prepara um ajuste fiscal no caso de vitória de Dilma. A intenção seria repetir a estratégia do começo do governo Lula, em 2003, quando foi feito um ajuste fiscal e monetário mais duro que o esperado pelo mercado. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, considerou a discussão "prematura", mas admitiu ontem que o governo pode fazer um ajuste orçamentário ainda em 2010.

"Não tem discussão nesse sentido até porque seria, da nossa parte, absurdo", afirmou Dilma depois de visitar a unidade mais antiga do Senai no país, em São Paulo, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se formou torneiro mecânico. "O Brasil de hoje não é igual ao de 2002. O Brasil de hoje tem dívidas líquidas cadentes e taxas de inflação sob controle", disse a candidata. O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, um dos coordenadores da campanha de Dilma, também negou que haja discussões nesse sentido. "Nao sei de nada disso, a imprensa é que tem que explicar", disse Palocci.

Ajuste à vista

Já o ministro Paulo Bernando disse ontem que o governo pode fazer um ajuste orçamentário, ainda neste ano, para cumprir a meta de superavit primário de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, o governo terá em mãos um relatório que indicará se há a necessidade desse ajuste em setembro. Bernardo informou que poderá mexer nos recursos previstos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deste ano, que totalizam entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões. A previsão para o crescimento do PIB também pderá ser alterada, de 5,7% para 6% ao ano.

Para o ministro, no entanto, é prematura a avaliação de que o próximo governo terá de fazer um ajuste fiscal no início da gestão. "A Dilma não ganhou ainda. Portanto, não cabe discutir esse assunto neste momento. Duvido de que a Dilma tenha pensado nisso", afirmou. Segundo ele, o governo vem fazendo ajustes fiscais de forma sistemática, como em março e maio, quando anunciou o contingenciamento de recursos de alguns ministérios.

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