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São poucos os candidatos que sabem explicar de como a distribuição de recursos partidários é feita dentro das legendas. Para a maio­­­ria deles, o tema ainda é uma espécie de tabu. E parte se sente constrangida ao falar sobre o assunto.

Outros, embora não tenham declarado o recebimento de ne­­­­nhum dinheiro partidário na última prestação de gastos de campanha entregue à Justiça Eleitoral, afirmam que ganharam quantias pequenas das legendas (de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil), principalmente para confeccionar santinhos.

Os candidatos a deputado federal Kleber Machado e Carlos Budel, ambos do PSDB, não sabem explicar como as doações partidárias são distribuídas. "Não sei te dizer isto", admite Machado. De acordo com a segunda parcial da prestação de contas declarado ao Tribu­­­nal Superior Eleitoral (TSE), os dois não receberam nenhum centavo do PSDB.

Outro candidato que desconhece a forma de distribuição de dinheiro partidário é Marcos Vilas Boas Pescador (PT), que concorre a uma vaga na Câmara. Ele diz acreditar que a distribuição de recursos ocorre de acordo com a contribuição de cada concorrente na obtenção de doações para as campanhas. Ou seja, quanto mais o candidato consegue doações para o partido, mais recursos é destinado para gastar na sua campanha. Segundo a última prestação de contas apresentada ao TSE, Pescador não ganhou nada do partido.

O concorrente do DEM à Câ­­mara Marcelo Corrijo é outro a ter dúvidas, mas apoia que os "puxadores de votos" recebam mais recursos. "Não sei qual é o critério realmente, mas até acho justo os candidatos que são mais votados terem maior apoio do partido."

Já Irineu Ferreira da Cruz, candidato a deputado federal pelo DEM, diz estar insatisfeito com a falta de apoio financeiro do partido. Com uma receita de R$ 1,5 mil e nenhum recurso recebido da legenda, o candidato acredita que a distribuição de dinheiro dentro do partido se define como "jogo de interesses".

O postulante também criticou o montante investido pelo DEM na candidatura do presidente esta­­dual do partido no Paraná, Abe­­lardo Lupion, que recebeu R$ 270 mil. "É um absurdo."

Para o candidato a deputado federal Fabiano Vicente Elias, do PSDB, o sistema eleitoral não facilita a candidatura de pessoas com poucos recursos. Mas ele diz estar conformado. Elias diz ainda ser favorável à adoção do voto distrital, por meio do qual o estado seria dividido em distritos eleitorais com um mesmo número de eleitores, nos quais os partidos só poderiam indicar um único candidato por área. Para Elias, dessa forma todos os candidatos teriam de receber os mesmos recursos partidários.

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