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Carlos Chuelonk, Valdir Ales, Raquel Lucca e Antonio Biondan, do São Braz: recuperação da antiga casa polonesa | Antonio Costa/Gazeta do Povo
Carlos Chuelonk, Valdir Ales, Raquel Lucca e Antonio Biondan, do São Braz: recuperação da antiga casa polonesa| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

Programa

Entenda o que é a Rede

As Redes de Desenvolvimento Local são induzidas pela Fiep e pelo Sesi e apresentam como objetivo fazer com que as pessoas de uma localidade se unam e trabalhem pela melhoria de suas regiões com base em necessidades apontadas pelo próprio grupo. "A gente estimula que as pessoas dos bairros, seguindo padrão de redes sociais, possam se associar para o desenvolvimento dos locais em que vivem", explicou José Marinho, coordenador das Redes de Desenvolvimento Local.

A própria comunidade decide o que precisa e como tornar realidade por meio de oito pontos de uma metodologia. As ações são desenvolvidas em parceria entre os moradores, a iniciativa privada e o poder público. "Nem tudo que significa desenvolvimento precisa vir do poder público. Algumas soluções são simples e passam por pequenas ações dos moradores. A ideia é que o cidadão assuma o protagonismo do desenvolvimento local", disse Marinho.

  • Veja como construir uma rede de desenvolvimento local

Quase 300 pessoas sentadas no salão na Vila Santana, bairro de Olarias, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, e a banda co­­meça a tocar. Nos instrumentos, as crianças do próprio bairro, resultado de um projeto sugerido pela própria comunidade para que ela mesma se desenvolvesse. Tudo faz parte de um programa com metodologia oferecida pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e pelo Serviço Social da Indús­tria (Sesi). É a Rede de Desenvol­vimento Local, que busca a articulação entre as pessoas de dentro de uma localidade em busca do crescimento dela. Isso também é política.

No caso ponta-grossense, o problema que foi apontado pela co­­munidade foi a ociosidade dos jovens. Assim nasceu o "Cidadão do Futuro", que virou exemplo pa­­ra outras localidades. "Primeiro pen­­samos em tirar as crianças da rua com o esporte. Fizemos o tae kwon do gratuito. Mas o grupo inicial de 50 crianças acabou sendo reduzido à metade e alguns pais afirmaram que os filhos tinham aptidão para a música. Assim nasceu a fanfarra [banda de estilo marcial com predominância de instrumentos de sopro] comunitária com 30 crianças", contou o coordenador do programa no local, o promotor de vendas Paulo Sérgio dos Santos, que, nascido em Londrina, mora há 15 anos no local.

O tae kwon do não foi abandonado e hoje conta com 32 crianças. E não ficará nisso, Santos revelou que até metade de junho começará o futsal com crianças e adolescentes dos 8 aos 16 anos, em parceria com a associação de moradores com o Olinda, clube de futebol que já disputou estaduais no passado e passa por reformulação. "Já está no papel uma outra demanda de 20 mães que querem balé. Este projeto é avassalador e tem gente tocando em Curitiba. A gente está se surpreendendo. São 270 participantes no total, gente que quer mudar a história", afirmou Santos.

Há 5 anos, era feita uma distribuição de presentes de Natal e a comunidade descobriu que não era a solução. O ideal era trazer as crianças para perto de todos e formar a Rede. "Agora acompanhamos a vida deles e sabemos dos problemas. Valorizamos o trabalho em equipe. Ninguém faz nada sozinho. Eu sempre falo que, unidos, eles têm muita força. Os pais comparecem pelo menos uma vez por semana e temos notado que os filhos estão ajudando os pais, inclusive em questões ambientais", diz.

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