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José Serra: a Região Sul é a única na qual o tucano aparece na dianteira nas pesquisas | Mario Miranda / Reuters
José Serra: a Região Sul é a única na qual o tucano aparece na dianteira nas pesquisas| Foto: Mario Miranda / Reuters

Brasília - Acuado pelas pesquisas que apontam a possibilidade de Dilma Rousseff (PT) se eleger no primeiro turno, o PSDB concentrará forças nos candidatos a governador do partido com mais chances de vitória. A guinada na campanha de José Serra (PSDB) atingirá São Paulo, Minas Gerais, Goiás e, em especial, o Paraná. Nos próximos dias, Beto Richa deve virar "estrela" da propaganda nacional tucana.

"Há certos campos onde é mais fácil crescer do que em outros campos", admitiu ontem no Rio Grande do Sul o presidente nacional da legenda, senador Sérgio Guerra. Durante evento em Maringá, Beto não demonstrou surpresa com a nova estratégia. "Fico honrado em ele [Serra] confiar na possibilidade de nós contribuirmos para alavancar o nome dele aqui no Paraná", afirmou o paranaense. Os dois começam a intensificar a campanha corpo a corpo juntos a partir de sábado, em Cascavel.

A opção por dar prioridade aos estados com maior potencial eleitoral já havia sido discutida pela cúpula do PSDB antes, no primeiro semestre, mas ficou em segundo plano devido às queixas de aliados como o DEM. A ideia estava clara na escolha de Alvaro Dias (PSDB) como candidato a vice-presidente, o que fortaleceria a legenda no Sul. A partir de agora, porém, o objetivo é sobreviver aos estragos de uma "onda Dilma" e do possível alastramento das derrotas da oposição pelo país.

Segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem, o Sul é a única região em que Serra aparece na dianteira, com 47,8% das intenções de voto contra 35,7% de Dil­­­­ma. Em todo país, a petista soma 46% contra 28,1% do tucano. Con­­­tando-se apenas os votos válidos, ela tem 55,3% e venceria a eleição no primeiro turno.

Na última sondagem sobre a campanha presidencial no Paraná, divulgada pela RPC/Ibope no dia 6 de agosto, Serra também mantinha uma boa margem no estado. O tucano aparecia com 46% das intenções de voto dos paranaenses, contra 35% de Dilma. No mesmo estudo, Beto tinha 46% contra 33% de Osmar Dias (PDT).

Para Alvaro, a mudança de rumo na campanha nacional deveria ter ocorrido antes. "Eu sempre defendi que deveríamos pescar onde tem peixe. O problema é que no atual momento só isso não basta, já entramos em uma disputa macro e não vejo como reduzir o foco."

O senador encontra-se hoje à tarde com Sérgio Guerra, em São Paulo, para discutir o futuro da campanha tucana. "O ‘bom mocismo’ que adotamos até agora não serviu de nada", critica. Segundo ele, o partido tem de se apropriar do patrimônio do governo FHC (1995-2002) para desconstruir o discurso petista.

Ainda na estratégia de evitar uma "perda total", os tucanos também devem se esforçar mais para manter a representação no Senado. Atualmente, o partido tem 16 cadeiras na Casa, apenas uma a menos que o PMDB, partido com maior número de senadores. A meta pode beneficiar Gustavo Fruet (PSDB) no Paraná.

O candidato diz que não há clima de derrota na campanha de Serra e avalia que a aproximação da campanha paranaense com a nacional não trará prejuízos à disputa local. "Por enquanto o avanço da Dilma no país não trouxe qualquer impacto negativo no Paraná. É sempre bom lembrar que temos um perfil eleitoral bem distinto, que aqui o Lula perdeu para o Alckmin no segundo turno de 2006".

A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 2 e 4 de agosto e foram entrevistados 1.008 eleitores. A margem de erro é de três pontos porcentuais e o número de registro no TSE é 21.696/2010.

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