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Cientistas políticos ouvidos pela Gazeta do Povo pre­­gam a cautela em relação à oscilação negativa de Dilma Rousseff nas pesquisas e a possível disputa de um segundo turno. De acordo com Emerson Cervi, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a queda da candidata petista já era esperada, mesmo se não ocorressem os escândalos que resultaram na demissão da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, uma das assessoras mais próximas a Dilma – Erenice é acusada de tráfico de influência para beneficiar parentes. "A queda é natural. O que estava errado era o índice de 15 dias atrás, que apontava a Dilma com 62% dos votos válidos. Nem o Lula conseguiu obter algo semelhante. A questão agora é saber até que ponto ela vai cair", afirmou.

Para Adriano Codato, cientista político da UFPR, a recente "guerra ideológica" travada entre o PT e parte da imprensa, entre eles a Folha de S.Paulo, responsável pelo Datafolha, pode estar se refletindo nos números do instituto. "A atual conjuntura, de radicalização dos ânimos, não nos permite afirmar nada baseado na pesquisa de um único pesquisador. Não sabemos se as informações são orientadas ou não", ressaltou.

Ricardo Costa de Oliveira, inte­­­gran­­te do núcleo de Ciências Políticas da UFPR, aponta outro aspecto da pesquisa. De acordo com ele, os votos que Dilma vem perdendo estão migrando para Marina Silva, o que explica a ascensão da candidatura do PV e a estagnação de José Serra. "A Marina é a maior beneficiária dos ataques da mídia e do Serra a Dilma. O que pode significar que, em um eventual segundo turno entre PT e PSDB, os votos da Marina tendem a ir mais para a Dilma do que para o Serra", explicou, apostando no debate de amanhã, na TV Globo, como responsável pela "acomodação final" dos candidatos.

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