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O Reitor da UTFPR, Carlos Eduardo Cantarelli | Hedeson Alves / Gazeta do Povo
O Reitor da UTFPR, Carlos Eduardo Cantarelli| Foto: Hedeson Alves / Gazeta do Povo

Posição divide professores

O posicionamento político das universidades em relação às eleições é um assunto controverso mesmo entre professores do ensino superior. Para Gastão Octávio Franco da Luz, professor e pesquisador aposentado da UFPR, o educador tem a obrigação de compartilhar dentro de sala de aula todas as tendências envolvendo o conhecimento, como uma forma de liberdade de pensamento.

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Na última semana antes do segundo turno da eleição presidencial, a polêmica em torno do posicionamento político da Igreja na disputa deste ano se estendeu às universidades. Enquanto a reitoria da Universi­­dade Federal do Paraná (UFPR) divulgou uma carta defendendo uma "postura independente e republicana" no pleito, funcionários e estudantes da Univer­­­sidade Estadual de Maringá (UEM) assinaram um manifesto pregando o voto em Dilma Rousseff (PT). No início do mês, reitores de 37 das 59 universidades federais do país já haviam lançado um manifesto elogiando as políticas públicas do governo Lula para a educação, apesar de não defenderem voto em nenhum dos dois candidatos – Dilma ou José Serra (PSDB).

No documento, os reitores das instituições federais afirmam que a educação brasileira "encontrou o rumo nos últimos anos, (...) graças a programas implementados pelo governo Lula" e que "este período (...) ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública". Sem mencionar preferência de voto em determinado candidato, o texto diz ainda que eles "desejam ver o país continuar avançando sem retrocessos" e que, como a educação está "no rumo certo", é preciso "continuar exigindo dos próximos governantes a continuidade das políticas e investimentos na educação em todos os níveis".

Representante da única instituição paranaense a assinar o manifesto, o reitor Carlos Eduar­­­do Cantarelli, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), afirmou que o documento manifesta uma posição em favor do ensino superior no Brasil, sem fazer qualquer menção a candidato ou partido. "É um manifesto em prol da educação e não de candidato. Assinei o documento porque ele contém as mesmas boas políticas públicas que defendemos e queremos que permaneçam independentemente de governo", disse. "Na minha visão, a instituição não pode tomar partido de A ou B. Tanto que houve outro documento que eu não assinei porque pregava o apoio à Dilma."

Posicionamento semelhante foi defendido pela reitoria da UFPR, que, em carta divulgada nesta semana, argumenta que não vai atrelar a instituição "a nenhum interesse político-partidário ou a qualquer mandatário, adotando uma postura republicana que tenha por base a ideia de liberdade e pluralidade". "A universidade é de todos(as) e para todos(as), o que significa defendê-la como espaço democrático e público", diz a carta. Ressaltando que enviou um documento com suas "convicções sobre as políticas públicas a serem desenvolvidas no próximo governo" para ambos os candidatos à Pre­­sidência, a reitoria da UFPR afirma que deve manter "a coerência com os princípios essenciais que norteiam uma universidade pública".

Apoio a Dilma

Por outro lado, mais de 120 professores, técnicos universitários e estudantes da UEM assinaram um manifesto em favor de Dilma, afirmando que o Brasil avançou nos oito anos de governo Lula e que a petista é "a alternativa mais consequente para aprofundar as transformações em curso". Além da melhoria na política educacional brasileira, o documento destaca que Lula mostrou que "é possível combinar desenvolvimento com justiça social".

Reitor da UEM durante quase todo o segundo mandato do presidente Lula, Décio Speran­­­dio disse ter assinado o manifesto por entender que o ensino superior avançou consideravelmente nos últimos quatro anos e, com Dilma na Presidência, pode continuar avançando. "Escolhemos em quem votar quando nos identificamos com as causas pregadas pelo candidato. E as da Dilma são as mesmas pelas quais a gente tem lutado", disse o ex-reitor. "Mas cada um tem de votar de acordo com sua consciência, por acreditar que determinado candidato será o melhor para o país."

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