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O juiz Flávio Renato Correia de Almeida, responsável pela 197ª zona eleitoral de Ponta Grossa, determinou neste domingo (3) que equipes das polícias militar e federal requisitassem a retirada de placas de candidatos nas casas nas proximidades dos locais de votação. Em entrevista a uma rádio local, ele disse que a legislação não permite esse tipo de propaganda num raio de 200 metros das urnas eletrônicas. Ainda na entrevista, ele informou que quem se recusasse a retirar a placa poderia receber voz de prisão.

Para o juiz, placas nos arredores dos locais de votação não se enquadram na liberdade de manifestação individual e silenciosa da preferência eleitoral. Outros magistrados da cidade afirmaram ter entendimento diverso. Para Almeida, os eleitores não poderiam ir ao local de votação com carros adesivados ou plotados com nome e número de candidatos. Segundo ele, o votante que tem carro adesivado deveria estacionar a mais de 200 metros da urna eleitoral.

A exigência do juiz não foi levada a termo no entorno de todos os locais de votação. Até meados da tarde, ainda não havia um levantamento parcial de quantas placas foram retiradas. As ruas da cidade amanheceram sujas – especialmente aquelas que dão acesso aos locais de votação, mas, em comparação com eleições anteriores, menos santinhos foram jogados no chão. Sete pessoas foram detidas fazendo boca-de-urna em Ponta Grossa.

Mais de uma hora de espera para votar

Muitos dos eleitores que escolheram votar pela manhã no colégio estadual Borell Du Vernay, em Uvaranas, enfrentaram filas. A depiladora Gisele Cerri conta que ficou uma hora e dez minutos esperando para votar. Além do fato de muitas pessoas terem preferido o horário da manhã, eleitores que se atrapalhavam no momento da votação contribuíram para a demora.

Ela assistiu, indignada, uma conversa na fila de votação. Uma mulher chegou ao local com uma colinha apenas com os números dos candidatos a deputados estadual e federal, indicados pela igreja que frequenta. Perguntou então, para a mulher que estava atrás dela, na mesma fila, em quem deveria votar para os outros cargos e acabou preenchendo os demais números restantes na colinha. Uma terceira mulher, ao ver o diálogo, gritou lá no fim da fila: "eita, é por isso que o Brasil não vai pra frente!"

Alguns eleitores menos acostumados à tecnologia tentavam apertar a tela – e não as teclas – para votar na urna eletrônica e só conseguiram concluir o processo depois da ajuda de mesários. Uma senhora idosa levou 15 minutos para votar numa seção no colégio Becker e Silva, na Ronda.

Foram registrados vários casos, segundo mesários consultados pela reportagem, de eleitores que descobriam, já na porta do local de votação, que não poderiam chegar à urna apresentando apenas o título eleitoral.

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