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Como o senhor avalia o atual momento pelo qual passa a imprensa após as críticas do presidente Lula que, entre outras coisas, acusou o setor de "vender uma neutralidade disfarçada" na cobertura das eleições, tentando supostamente levar o candidato José Serra (PSDB) ao segundo turno?

Primeira coisa, não existe nenhuma ameaça à ordem democrática, à liberdade de imprensa ou qualquer outra coisa. As instituições são estáveis e por isso vivemos um dos momentos de maior liberdade de imprensa da história do Brasil. As declarações do presidente é que são, sim, altamente indevidas. Não cabe a ele dizer o que é correto ou não a imprensa fazer, qualificá-la como um partido político. Se trata de uma generalização que acaba atingindo a instituição imprensa e não um veículo em particular. Isso causa uma confusão no eleitorado, como se o árbitro fosse o chefe do Executivo. Não é. Foram declarações indevidas, fora do tempo e que só trazem prejuízo.

Mas isso pode se refletir na liberdade de imprensa ou na democracia futuramente?

Não. A democracia suporta tensões. Crises indicam a qualidade da democracia, que absorve e processa esses momentos ruins. Mas não há dúvida de que se trata de um momento de tensão, com excessos de parte a parte. Falar que a imprensa é de oposição semeia uma cultura ruim, abastecida pela discórdia. É preciso liberdade para quem dá a informação correta. Mas também há excessos em quem sai por aí dizendo que está para se instaurar uma censura, uma ditadura.

Como o senhor avalia a cobertura da imprensa em relação aos escândalos que envolvem a Casa Civil, a grande reclamação do PT e do presidente Lula?

A liberdade de imprensa inclui a liberdade dos veículos impressos, que não são concessões públicas como os veículos de radiodifusão. Os jornais podem optar por um ou outro candidato, até fazer mau jornalismo se quiserem. Isso acontece em todas as democracias.

Houve em algum momento esse mau jornalismo a que o senhor se refere?

Mau jornalismo significa ataques pessoais, retratar figuras humanas de forma desrespeitosa. As reportagens têm apontado as condutas da autoridade pública.

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