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Marina durante a apresentação da carta: mal-estar no PV e garantia de que decisão do partido só sai no dia 17 | Maurício Lima / AFP
Marina durante a apresentação da carta: mal-estar no PV e garantia de que decisão do partido só sai no dia 17| Foto: Maurício Lima / AFP
  • Veja os principais pontos que Marina Silva quer ver discutidos no segundo turno

São Paulo - A candidata derrotada do PV à Presidência, Marina Silva, deu a entender ontem que poderá não se reunir com os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) para discutir um possível apoio no segundo turno das eleições. A sinalização foi dada durante a apresentação da carta com dez pontos que a senadora do PV gostaria de ver discutidos pelos dois candidatos à Presidência, em São Paulo. Para as coordenações de Dilma e Serra, os votos dados a Marina no primeiro turno (19,6 milhões, ou 19,3% dos válidos) podem ser o fiel da balança no segundo turno das eleições.

"O gesto está feito. Há uma abertura para o diálogo, mas não cabe a nós dizer que vai haver um encontro [com os presidenciáveis]. Eles podem ter conhecimento [das propostas] sem se encontrar conosco", afirmou Marina. Segundo ela, no entanto, a convenção nacional do PV, marcada para o dia 17 deste mês, está mantida. O presidente do partido, José Luiz Penna, desautorizou colegas que pretendiam decidir o rumo do PV no segundo turno já no dia 13, em reunião da Executiva Nacional em Brasília.

A carta apresentada ontem por Marina resume a plataforma de governo do PV e não não faz menção à descriminalização do aborto, tema que tem dado o tom da campanha no início do segundo turno. Segundo a senadora, o tema não foi incluído porque os dois presidenciáveis já se proncunciaram sobre o assunto. O documento, denominado "Agenda por um Brasil Justo e Sustentável", tem dez itens que, no entender do PV, deveriam ser discutidos pelos presidenciáveis antes do segundo turno.

Mal-estar

O acordo para esperar a convenção do dia 17, que vai decidir o rumo do PV no segundo turno, foi selado em reunião entre as duas alas que disputam o controle da sigla: a ligada ao presidente José Luiz Penna, inclinada a declarar apoio imediato a José Serra (PSDB), e a de Marina, que tende à neutralidade. Aliados da senadora chamaram de "tentativa de golpe’’ a ideia de transferir a decisão para a Executiva Nacional, controlada por Penna.

Ontem, durante a apresentação da carta com propostas, Marina e Penna tentaram disfarçar o clima de mal-estar. A senadora alegou que a direção do PV não foi o alvo de suas críticas ao fisiologismo, feitas durante reunião com colaboradores de campanha. "Fiz uma menção de que tem gente por aí [que aceita cargos], sem fazer referência ao partido ou a dirigentes do partido’’, disse.

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