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“É melhor descer do ringue e subir no palanque. Ainda espero que Serra e Dilma aproveitem a chance generosa que os brasileiros lhes deram.” Marina Silva, candidata derrotada à Presidência | Maurício Lima/AFP
“É melhor descer do ringue e subir no palanque. Ainda espero que Serra e Dilma aproveitem a chance generosa que os brasileiros lhes deram.” Marina Silva, candidata derrotada à Presidência| Foto: Maurício Lima/AFP

Em cima do muro

Marina Silva avalia que Dilma e Serra vêm perdendo a oportunidade de debater os problemas brasileiros. Confira frases da senadora no Twitter:

"Os eleitores continuam sem saber quais são as propostas de Serra e Dilma, quais são suas visões de país e ainda desconhecem suas trajetórias."

"Lamento que os candidatos não tenham percebido o que quase 20 milhões de brasileiros sinalizaram sobre como se deve decidir o futuro do país." "Por que será que, com mais tempo para o debate, Dilma e Serra parecem pouco propensos a abordar as suas propostas para governar o Brasil?"

"O bom do segundo turno é que até aqueles que votaram nos dois candidatos podem reavaliar se eles ainda são merecedores do seu apoio."

"Percebo que aumenta a ansiedade de um acusar ao outro. Falta a ambos serenidade para tratar dos erros e dos novos desafios para o Brasil."

"Pelo que vi até agora os dois candidatos continuam a apostar no vale-tudo eleitoral. Quando a política com P maiúsculo vai entrar em cena?"

Posição da candidata poderá não influenciar eleitores

votação de Marina Silva (PV) no Paraná transformou os mais de 944 mil eleitores da candidata no "sonho de consumo" dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) no segundo turno.

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A ex-presidenciável Marina Silva (PV), que recebeu 19,6 milhões de votos no primeiro turno, continua dando sinais de que poderá ficar neutra na disputa à Presidência entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Durante o debate promovido no domingo pela TV Bandeirantes, Marina voltou a criticar os dois presidenciáveis, dessa vez por meio da rede de micro­blogs Twitter. Ela disse que "falta a ambos serenidade para tratar dos erros e dos novos desafios para o Brasil" e que os dois candidatos "continuam a apostar no vale-tudo eleitoral". "Lamento que os candidatos não tenham percebido o que quase 20 milhões de brasileiros sinalizaram sobre como se deve decidir o futuro do país", disse, em referência à própria candidatura.

Durante a campanha, Marina criticou os adversários e disse que a candidatura dela não tinha apoio de representantes da "velha política brasileira". Nos debates, partiu para o ataque contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do qual foi ministra do Meio Ambiente, e contra as gestões de Serra na prefeitura de São Paulo e no governo paulista.

Passada a disputa, a votação da candidata atraiu os adversários. Marina obteve 19,33% dos votos válidos e ainda não definiu sua posição no segundo turno. A decisão será na convenção nacional do PV, no próximo domingo, quando cerca de 100 correligionários terão direito a voto. Amanhã, a executiva nacional do partido se reúne para definir como será a convenção.

Ruptura?

Apesar de não haver uma decisão, membros do PV começam a declarar apoios nos estados. Fernando Gabeira (PV), candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro, disse que irá apoiar Serra no segundo turno. Em Santa Catarina, o presidente do PV de Chapecó, Evaldo Cassol, também declarou apoio ao tucano. Já em Brasília, o PV optou por aliar-se ao PT no plano estadual.

Com relação à posição de Gabeira, o presidente do PV do Rio, deputado federal eleito Alfredo Sirkis, disse que há diferença entre uma manifestação pessoal e uma decisão do partido. Sirkis disse ainda que o apoio selado em Brasília é para uma disputa ao governo e não para eleição presidencial. Já a atitude do PV em Chapecó "deve resultar em punição", afirma o deputado.

Sirkis garante que a posição final do PV só sairá após a convenção. Segundo ele, há três possibilidades: o partido não ter posição oficial e permitir que seus membros individualmente declarem votos; apoiar Dilma Rousseff; ou apoiar Serra. O dirigente diz que a legenda e Marina devem ir na mesma direção.

No Paraná, o PV irá aguardar o posicionamento nacional antes de declarar qualquer apoio, afirma Paulo Salamuni, candidato derrotado ao governo.

Análise

Segundo o consultor legislativo Antônio Octávio Cintra, professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade de Brasília, o PV nacional provavelmente irá indicar apoio a Serra, pois o partido tem "histórico de bom relacionamento" com o PSDB.

Já Marina ficará neutra, na opinião de Cintra: "Acho que ela não vai dar apoio oficial a ninguém. Possivelmente o partido vai para o Serra e ela fica neutra". Para o consultor, Serra deverá conquistar boa parte dos votos de Marina. "Acho que o voto do lado verde é difícil ir para a Dilma. A razão de a Marina ter saído do governo foi em grande parte o embate com a Dilma", diz.

Pesquisa feita pelo instituto Datafolha mostra que Serra herda 51% dos quase 20 milhões de votos de Marina. De acordo com o levantamento, Dilma tem 22% dos votos da candidata do PV. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. Foram entrevistados 3.265 eleitores no dia 8 de outubro e o levantamento está registrado no TSE sob o número 35114/ 2010.

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