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Manifestantes pró-governo fazem protesto em frente do Clube Militar, onde Lula foi criticado | Rafael Andrade / Folhapress
Manifestantes pró-governo fazem protesto em frente do Clube Militar, onde Lula foi criticado| Foto: Rafael Andrade / Folhapress

Ato acusa imprensa de "golpista"; Clube Militar vê "perigo"

Centrais sindicais, entidades de militância pró-governo, representantes de partidos políticos e jornalistas fizeram manifestação ontem à noite de "resistência às ações eleitorais" que consideram estar sendo promovidas por veículos de imprensa.

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Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas à imprensa em entrevista divulgada ontem pelo portal Terra. "A imprensa brasileira deveria assumir categoricamente que ela tem um candidato e tem um partido. Que falasse. Seria mais simples, seria mais fácil. O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada. Muitas vezes fica explícita no comportamento que eles têm candidato e gostariam que o candidato fosse outro. Tiveram assim em outros momentos. Acho que seria mais lógico, mais explícito. Mas eles preferem fingir que não têm lado e fazem críticas a todas as pessoas que criticam determinados comportamentos e determinadas matérias", disse Lula.

Segundo ele, o que acontece muitas vezes é que "uma crítica que você recebe é tida como democrática e uma crítica que você faz é tida como antidemocrática". "Ou seja, como se determinados setores da imprensa estivessem acima de Deus e ninguém pudesse ser criticado. Escreveu está dito, acabou e é sagrado, como se fosse a Bíblia sagrada. Não é verdade. A posição de um presidente é tomada como ser humano. Jornalista escreve como ser humano, juiz julga como ser humano. Ou seja, temos um padrão de comportamento e julgamento e, portanto, todos nós estamos à mercê da crítica."

Lula disse ainda que, nesse momento do Brasil, é um "absurdo" falar em falta de liberdade de comunicação. "Neste momento do Brasil! Eu duvido, duvido. Eu quero até que vocês coloquem em negrito isso aqui: eu duvido que exista um país na face da Terra com mais liberdade de comunicação do que neste país, da parte do governo. Agora, a verdade é que nós temos nove ou dez famílias que dominam toda a comunicação deste país. A verdade é essa. A verdade é que você viaja pelo Brasil e você tem duas ou três famílias que são donas dos canais de televisão. E os mesmos são donos das rádios e os mesmos são donos dos jornais."

Dilma

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem não estar disposta a desautorizar qualquer manifestação no país. Ao ser questionada se apoiava o "Ato Contra o Golpismo da Mídia", a petista respondeu: "Eu não sou contra ato nenhum. Acho que os atos a gente tem que conviver com eles. Não tentem que eu vá desautorizar qualquer manifestação, que eu não vou desautorizar nem as perguntas da imprensa nem qualquer ato."

Para Dilma, "ninguém pode ser demonizado" no país. Ela disse não ver nenhuma ameaça à democracia no Brasil. "Acho que o Brasil vive um momento democrático e que não podemos fazer política com ódio, acho que não pode fazer isso porque ódio é que nem droga: você vicia. É fácil entrar e difícil sair. Não é possível a gente julgar que o Brasil tenha qualquer problema na área democrática."

Em rápida entrevista coletiva, em Brasília, a candidata governista lembrou que enfrentou o regime militar e afirmou que jamais poderia ser contra liberdade de expressão. "Tolerância é a melhor palavra para relação democrática", disse a ex-ministra Dilma.

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